Protesto aconteceu na manhã de sábado
Professores, alunos e pais da escola estadual 10 de Setembro, de Dois Irmãos, realizaram mobilização no sábado (23) para protestar contra a situação de descaso no magistério do Rio Grande do Sul. A concentração do grupo aconteceu em frente ao Jornal Dois Irmãos, na Avenida São Miguel, e a caminhada teve cobertura da TVLocal Dois Irmãos, com transmissão ao vivo através do Facebook do JDI. Alguns profissionais da escola estadual Affonso Wolf também acompanharam a passeata.
A mobilização seguiu pela Avenida São Miguel e encerrou na Praça do Imigrante. Pelo caminho, gritos de ordem chamaram a atenção para a necessidade do envolvimento de todos nesta questão fundamental, que é a educação. Foram ouvidas frases como ‘Trabalhador, tem que apoiar / A nossa luta é pro teu filho estudar’ e ‘O Eduardo, mãos de tesoura / Cadê o salário da minha professora’, numa referência ao governador Eduardo Leite. Além de terem salários parcelados, os professores temem a perda de direitos com o pacote de reestruturação do magistério proposto pelo Governo do Estado.
Quem participou do protesto entende que este é o momento de decidir se a educação é prioridade ou não. Tanto pais quanto professores foram unânimes em lembrar que todas as profissões passam pela sala de aula, portanto os profissionais da área merecem respeito. “Sempre vou apoiar os professores, é a causa mais justa e nobre que existe. Temos que ter mais consciência da justiça e da igualdade de direitos”, comentou a professora Márcia Regina de Azevedo, que atua na rede municipal, mas fez questão de apoiar os colegas da rede estadual. Outros professores afirmaram que trabalham em condições desestimulantes e que, com o passar do tempo, não haverá mais interessados em seguir a profissão. Houve ainda quem chamou atenção para a ausência de vereadores na caminhada.
SOBRE FUNDEB
A diretora da 10 de Setembro, Andrea Blume, foi questionada sobre a informação de que o Governo do Estado recebe do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) dinheiro suficiente para cobrir os custos da pasta, mas acaba colocando o recurso no caixa único e usando para pagar contas em outras áreas. “Existe realmente essa informação. Por outro lado, o que eu escuto é que nós, professores, somos da área do Executivo, que é onde existem mais cortes. O que dizem é que aquela verba não poderia ser aplicada só na educação, e nós ficamos juntos neste pacote sem receber”, comentou “Todas as profissões são importantes, mas tudo passa pela educação, pela escola”, concluiu a diretora.