Fonte: GZH
Em meio ao agravamento da pandemia no Rio Grande do Sul — que terá bandeira preta em todas as regiões do distanciamento controlado a partir deste sábado (27) —, o percentual de testes de coronavírus com resultados positivos voltou a subir. A taxa de casos confirmados nos exames realizados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, saltou de 27,5%, em janeiro, para 40,5%, em fevereiro, considerando dados até o último dia 23.
Já o Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, que atende a 40 municípios do Vale do Sinos e da Serra, registrou, só na semana de 14 a 20 de fevereiro, 46,2% de confirmações. No dia 19, de 392 amostras analisadas, 52,3% atestaram as suspeitas de covid-19 — sendo que, no início do mês, o índice chegou a bater a marca de 66%. Conforme o professor de Virologia da Feevale e coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Fernando Spilki, o salto nos números é consistente e decorre de um conjunto de fatores.
— É mais um indício de que estamos vivendo um momento grave. Nesta semana, já encontramos a variante britânica do coronavírus, altamente contagiosa, em oito Estados e no Distrito Federal. O Rio Grande do Sul ainda não está entre eles, mas é muito provável que já tenhamos a circulação dessa variante aqui. A confirmação é questão de tempo. Além disso, temos uma ação insuficiente em relação à prevenção ao vírus, tanto por parte da população quanto de autoridades — adverte Spilki.
EM FARMÁCIAS
O alto índice de infectados também vem sendo percebido nas farmácias que dispõem de testes rápidos. Na semana de 15 a 21 de fevereiro, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), foi registrado recorde de 24% de casos positivos de covid-19 (o equivalente a 41,4 mil), o maior desde o início do serviço, em abril do ano passado.
No Rio Grande do Sul, no mesmo período, o percentual de confirmações foi de 19,6% (5,5 mil), sendo que, na semana anterior, havia sido de 16,2% (2,6 mil). Ao todo, no Estado, 399 farmácias oferecem a testagem e já aplicaram 314 mil exames desde abril do ano passado. Em nota, a Abrafarma informou que 22 Estados e o Distrito Federal registraram alta nos testes positivos. Apenas Amapá, Amazonas, Bahia e Paraíba tiveram redução. Segundo o presidente da entidade, Sérgio Mena Barreto, “estamos diante de uma situação realmente alarmante neste início de ano”.