(Foto: Divulgação / Câmara)
A reclamação sobre o atendimento a uma gestante no Hospital São José, cujo desabafo foi publicado pela família nas redes sociais, teve repercussão na sessão da Câmara de Vereadores de Dois Irmãos, na última segunda-feira (24). O primeiro a se manifestar sobre o assunto foi Darlei Kaufmann (PSB).
– Vou fazer um pedido de explicações para que seja convocado alguém do Hospital São José para esclarecimentos a respeito do atendimento prestado a uma gestante no dia 15 de abril. Na verdade, a gente precisa esclarecimentos sobre o não atendimento realizado. O que era para ser um momento de alegria para esta família virou um momento de extrema angústia e desespero. A gente também precisa marcar uma reunião com o Conselho de Saúde. O nosso conselho precisa ser mais atuante, se envolver mais, cobrar mais. Peço perdão ao conselho, mas vejo pouca conexão entre o conselho e a Secretaria da Saúde – declarou.
Ramon Arnold (PP) lembrou a temática popular realizada pelo Poder Legislativo em 31 de agosto de 2022, quando foi abordada a questão de cesáreas e partos.
– Foi explicado que Dois Irmãos não tem por necessidade legal ter obstetrícia e parto; os dois convênios de SUS são com Hospital Geral (Novo Hamburgo) e Hospital Centenário (São Leopoldo). Dois Irmãos tem, sim, por muitos anos, a recorrência de pessoas que nascem em Dois Irmãos, e esta é uma questão de manutenção. Obviamente nenhum prefeito vai querer tirar os partos de Dois Irmãos, mas a inclusão de uma UTI neonatal envolve outras questões. Acho que foi uma infelicidade, por assim dizer minimamente, da médica ou do médico que fez ao atendimento naquele minuto. O protocolo seria, conforme o secretário (da Saúde), ter feito o acolhimento deste casal que estava realmente com uma gravidez de alto risco, e ter feito o encaminhamento para o hospital que tenha pactuação; entrar dentro da rede de leitos de UTI e fazer o encaminhamento através de ambulância – explicou.
O vereador defendeu o Conselho de Saúde:
– Eu sei que o Conselho de Saúde é bastante ativo nas demandas que trazem, e a gente tem que enaltecer isso e de fato dar essa força para o conselho trazer melhorias para o sistema de atendimento do município – observou Ramon.
No caso em questão, a criança acabou nascendo no hospital de Sapiranga. Em uma nota divulgada na imprensa, a administração do hospital dois-irmonense alegou não possuir UTI neonatal e que diante da iminência de parto prematuro não teria condições de prestar o atendimento/suporte necessário.
Reclamações se intensificam
O presidente Ederson Bueno (MDB) lembrou que está em andamento a licitação do novo contrato de administração do hospital, atualmente sob responsabilidade do Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano – IB Saúde.
– Eu acho importante destacar o processo seletivo que está havendo para que se tenha uma nova administração ou então a mesma administração com várias imposições do município. Este movimento está sendo feito pelo Executivo justamente visando melhorar a saúde num contexto geral. As reclamações têm se intensificado, não sei se porque se aproxima o período de fim de contrato, mas é uma situação que preocupa – comentou ele.
Celina Christovão (MDB) disse que foi lamentável o que aconteceu:
– Tudo bem que não se tem UTI neonatal aqui, mas por que mandar eles por conta própria? Nós temos nossas ambulâncias 24 horas para fazer o transporte. Faltou humanidade.
Elony Nyland (MDB) também criticou a gestão da casa de saúde.
– Realmente está deixando a desejar. Espero que (no novo contrato) seja uma empresa que realmente vista a camisa e dê o devido valor aos moradores da cidade. Penso que tem que ter mais respeito com esse pessoal que faz a cidade andar – declarou.
Para Paulino Renz (PDT), Dois Irmãos já deveria contar com uma UTI.
– Com todo esse nosso povo trabalhador e com essas grandes empresas, é vergonhoso não ter uma UTI em Dois Irmãos – afirmou.
