Lizie e Guilherme com Miguel, dias antes da descoberta do tumor. Menino está internado desde o dia 5 de janeiro (Fotos: Arquivo pessoal)
No início de janeiro, o menino Miguel Cremonezi de Lima, de 11 meses, foi diagnosticado com um tumor cerebral de 6,2cm e hidrocefalia. A partir dali, a família, que mora em Estância Velha, travou uma verdadeira corrida contra o tempo. Filho do médico Guilherme Henrique Frossarch de Lima, que trabalha na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Navegantes, em Dois Irmãos, e da tradutora Lizie Cremonezi, Miguel retirou o tumor e agora precisa de um tratamento que só existe no exterior.
Ele está internado no Hospital Santo Antônio, na Santa Casa de Porto Alegre, desde o dia 5 de janeiro, e passou por cirurgia para a retirada do tumor no dia 15 do mesmo mês. O procedimento foi um sucesso. “Foi uma cirurgia de 10 horas. Iniciou às 8h e foi até as 18h”, lembra Guilherme, contando que o filho precisou ser intubado e permaneceu alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Miguel também ficou com uma traqueostomia até se recuperar e conseguir respirar por conta própria.
O menino se recupera bem. Agora, a família se mobiliza para realizar sessões de protonterapia, que se utiliza de feixes de prótons, que são direcionados com precisão para o tumor. Guilherme e Lizie buscaram essa alternativa tendo em vista que, no Brasil, a radioterapia convencional é somente para crianças maiores de 3 anos. Se aplicada no Miguel, ela poderia causar efeitos colaterais em longo prazo no desenvolvimento do cérebro.
Segundo Guilherme, a protonterapia já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não existe no Brasil, por isso a família está buscando recursos para realizar as sessões no exterior. Eles já solicitaram orçamentos em países como Estados Unidos, França e Espanha. Nos EUA, o tratamento custaria 109 mil dólares, o equivalente a mais de R$ 500 mil.
Conforme a família, o menino precisa passar por 33 sessões. Esse procedimento, segundo os pais, vai evitar que o tumor volte. O tratamento deve iniciar até 60 dias após a cirurgia. Desta forma, Miguel precisa ser submetido à primeira sessão até o dia 15 de março.
Em busca de recursos, a família criou uma vaquinha online. Para doar, basta acessar o link https://www.vakinha.com.br/4480982. Até por volta das 14h desta segunda-feira (26), foram arrecadados R$ 57.748,94. A meta é R$ 500 mil. Doações também podem ser feitas para a chave Pix tratamentomiguel@outlook.com. A família também colocou o seu imóvel à venda. É um apartamento, em Estância Velha.
Agradecendo pela ajuda de todos, Guilherme reforça o desejo de uma vida feliz e saudável para o filho. “Queremos que ele tenha uma vida normal, como todas as crianças merecem. Que o tumor não volte e que a gente possa curtir muito com ele”, completa.
Diagnóstico
Miguel apresentou os primeiros sintomas no final de dezembro de 2023. Entre eles, vômito e febre. Os pais o levaram para a Unimed, onde trataram como virose. Segundo Guilherme, o filho melhorou. No entanto, logo após o Ano Novo, voltou a apresentar os sintomas. Desta vez, já não tinha mais apetite. De volta à Unimed, Miguel foi submetido a exames iniciais, mas os mesmos não apresentaram alterações. Encaminhado para um gastroenterologista, o profissional também eliminou qualquer problema no aparelho digestivo. Foi sugerida, então, a consulta com um neurologista, na qual se chegou ao diagnóstico.