Isabella, Valéria, Davi, Catarina, João Victor e Fernanda
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, no mês de maio, devastaram cidades. Destruíram casas, empresas, prédios públicos e, também, escolas. Na contramão de toda a destruição, comunidades inteiras no Rio Grande do Sul, no país e até no exterior se uniram e formaram uma grande rede de solidariedade em prol das vítimas das cheias.
Dois Irmãos também segue mobilizada. Um exemplo é o Colégio Imaculada Conceição, que apadrinhou duas escolas públicas atingidas pelas enchentes. Uma delas é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Otília Rieth, no bairro Scharlau, em São Leopoldo, que atende a 900 alunos e ainda está em processo de limpeza e manutenção; e a outra é a Escola Municipal de Educação Básica Arnaldo Grin, do bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, que atende a 700 estudantes e retomou as aulas na semana passada.
Buscando conhecer de perto a realidade enfrentada por estes dois espaços educacionais, os alunos Catarina Vargas Rosa, Isabella Konrath Feiten e Davi Hentz, acompanhados da vice-diretora e coordenadora pedagógica Valéria Bauer Bender e do Analista de Ti João Victor dos Santos, visitaram as escolas no dia 29 de maio. Registraram, através de imagens, como esses lugares ficaram após as cheias e conversaram com as equipes diretivas sobre as principais demandas neste momento. “Fomos muito bem recebidos, mas percebíamos que estavam cabisbaixos, pois não é fácil entrar em um ambiente escolar e vê-lo daquela maneira”, comenta Davi, sensibilizado com a situação.
As cenas de destruição impactaram os alunos da escola dois-irmonense. “Chegamos lá e vimos móveis empilhados, os lugares cheios de barro, a marca da água nas paredes, buracos no chão; brinquedos, jogos, tudo destruído”, comentou Catarina, contando que a experiência os tornou ainda mais sensíveis à dor do próximo. “Aprendemos a ter mais empatia pelas pessoas, a nos colocarmos no lugar do outro e, principalmente, a não julgar até chegar lá e ter a real noção de tudo o que aconteceu”, comentou. Estendendo a solidariedade a todos os atingidos pelas cheias, a aluna Fernanda Argenta Schneider reconhece que é preciso resiliência para seguir em frente. “Não é ‘só recomeçar’. As pessoas perderam tudo o que lutaram por anos para conquistar. Não é só dinheiro; é preciso encontrar força para levantar e recomeçar”, completou.
Segundo Valéria, mesmo em meio a um cenário de destruição, é possível ver esperança nos professores. “Diante de toda aquela dor, o olho ainda brilha no sentido de que sabe o quão fundamental é a sua missão na formação da vida de outras pessoas”, ressaltou.
As ações
A partir das visitas, os estudantes compartilharam o que viram e sentiram com as turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, visando discutir ações para ajudar as escolas.
A primeira delas é a aquisição de livros para as bibliotecas das escolas. Segundo Valéria, eles serão adquiridos com o lucro do Entrevero Maix Gourmet, realizado no dia 10 de maio, pela Associação de Pais e Mestres (APM) do colégio. A vice-diretora ressaltou o impacto desta iniciativa, reconhecendo a leitura como ferramenta de transformação na vida das pessoas.
A segunda ação ocorrerá no dia 6 de julho, durante a Festa Junina da escola. O ingresso será um livro infantil ou infanto-juvenil. Os próprios alunos serão responsáveis pela arrecadação e organização do material. Além disso, eles irão leiloar o acendimento da fogueira. O valor arrecadado será investido na compra de jogos pedagógicos para a educação infantil.
Uma terceira iniciativa também já é planejada: a Hora do Conto. Ela é idealizada pelas alunas Fernanda Argenta Schneider e Ana Laura Jaeger Braun, do 7º ano, que já realizam essa atividade nas turmas de Educação Infantil do Imaculada.