Caranguejo é uma das danças preferidas de Roberta
Meio de promover a socialização, é através da dança que a ACT Os Taura, do bairro Bela Vista, busca incentivar a inclusão na entidade. Um dos exemplos é a menina Roberta Rohte Boeff, de 12 anos. Deficiente visual, ela integra a invernada artística há aproximadamente quatro meses e fará a sua estreia nos palcos no próximo dia 9 de dezembro, no Natal dos Anjos. “Dançar em CTG era meu sonho desde pequena”, conta Roberta, com um sorriso largo e ansiosa para a primeira apresentação.
Todas as quartas-feiras, diante do olhar orgulhoso da mãe Vanice Roseli Rohte, de 39 anos, Roberta participa dos ensaios da invernada, coordenados pelo instrutor Anderson Haack. Segundo Vanice, a própria filha conseguiu o contato da ACT, para ir atrás de mais informações. “Ela pediu para a monitora (da escola) dela ir atrás do contato do instrutor. Um dia chegou em casa com o número e me pediu para ligar”, conta a mãe, que prontamente atendeu ao pedido. “Ela se interessa muito pelas danças. No computador dela só tocam músicas tradicionalistas” conta ela que, ao ver o empenho da filha, comprou o seu primeiro vestido de prenda; é salmão. Lindo, lindo!
Dedicada aos ensaios, Roberta é atenta aos detalhes e dá o seu melhor na execução de cada passo. "Às vezes, quando não aprendo um sarandeio no ensaio, fico dançando em casa, no meu quarto, até aprender”, diz ela, orgulhosa dos desafios superados até aqui. “Para mim, também é motivo de muito orgulho. Ela tenta dar o seu melhor em tudo o que faz”, destaca Vanice, contando que, desde o 1º aninho, Roberta frequentou a Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev), entidade de Caxias do Sul que teve papel fundamental no desenvolvimento da filha.
Relação de confiança
Patrão da ACT Os Taura, Claudir Ostrowski agradece a confiança depositada pela família. “Só temos a agradecer à família por proporcionar a ela e a nós esta experiência”, diz Claudir, destacando o trabalho realizado pelo instrutor Anderson. “Ele a trata com tanto carinho, com tanto cuidado; se dedica a ela, ao seu desenvolvimento. Ela é uma menina dedicada e dança super bem”, completa o Patrão.
Fundamental no desenvolvimento de Roberta, Anderson destaca seu papel como instrutor. “Cada aluno é único e cabe ao professor ter variadas formas de ensinar; e com a Roberta não é diferente, minha explicação precisa formar o desenho da dança em seus pensamentos e assim, com muita troca, estamos evoluindo”, diz ele, que pela primeira vez trabalha com um deficiente visual.
Antes, ele já havia dado aulas à cadeirantes, portadores de Síndrome de Down, portadores de atrofia muscular, paralisia infantil e portadores do transtorno do espectro autista. “Sempre devemos buscar a inclusão de pessoas com deficiência. Minha vida é a dança e assim tento fazer o possível para abrir as portas das entidades tradicionalistas e grupos que trabalho, conscientizando a todos sobre a importância da inclusão; garanto que nosso aprendizado é ainda maior”, reforça Anderson.