‘14 por 9’: os dois números que levam à pressão alta; saiba como é feito o diagnóstico

30/06/2023
Fonte: g1 / Foto: Pixabay

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O diagnóstico da hipertensão arterial passa por dois números: 14 por 9. Se, ao fazer a medição no aparelho, a pressão alcançar esses números ou ultrapassá-los, é um sinal de alerta.

A pressão arterial é medida por milímetros de mercúrio, com aquele clássico aparelho que aperta levemente o braço por alguns segundos.

Quando o médico diz que sua pressão está “quatorze por nove”, significa a medida de 140/90 mmHg, usada para indicar quantos milímetros o mercúrio sobe no medidor do aparelho: 140 é a pressão nos vasos quando o coração se contrai (pressão sistólica); 90 é a pressão nos vasos quando o coração relaxa (pressão diastólica). É considerada hipertensão se, de forma persistente, a pressão sistólica for maior ou igual a 140 mHg e/ou a pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg.

 

Pressão arterial de 14 por 9 significa que tenho hipertensão?

Não necessariamente. O diagnóstico de hipertensão arterial só é validado após outras medições, em duas ou mais visitas médicas. O paciente não pode estar com a bexiga cheia, ter praticado exercícios físicos, ingerido bebidas alcoólicas e café ou ter fumado antes de medir a pressão. Também podem ser feitas medições fora do consultório, com outros exames, como o MAPA e o MRPA, que medem a pressão durante as atividades cotidianas.

 

Quando e por que medir a pressão?

Sociedades médicas recomendam que a pressão arterial comece a ser monitorada a partir dos três anos de idade. Se estiver tudo bem, o ideal é medir pelo menos uma vez ao ano. Quem tem o diagnóstico da doença precisa fazer um acompanhamento mais frequente.

Por que é importante? Medir a pressão é a única forma de diagnosticar a hipertensão arterial. A doença é conhecida pelo caráter silencioso: em 90% dos casos, não apresenta sintomas. Iniciar o tratamento o quanto antes é essencial para prevenir a mortalidade pela doença. Estimativas apontam para 600 mil mortes diretas e indiretas por pressão alta em uma década no Brasil. Nos últimos anos, a prevalência e a mortalidade aumentaram no país.

A taxa de mortalidade por hipertensão cresceu 59% em dez anos, atingindo o maior valor da série histórica em 2021. Atualmente, são 18,7 óbitos a cada 100 mil habitantes no Brasil. A pressão alta está por trás de 60% dos casos de infartos e 80% dos casos de AVC.

 

Pressão ótima, normal e alta

A pressão arterial pode ser classificada como: ótima, normal, pré-hipertensão e hipertensão nos estágios 1, 2 e 3. A classificação é feita com a medida em adultos no consultório médico. Uma pressão considerada ótima e normal fica na casa dos 12 por 8. Indivíduos com pressão arterial na faixa dos 13 por 8 são considerados pré-hipertensos. A hipertensão começa a partir do estágio 1 – o mais brando –, quando os níveis aumentam para 14 por 9. Há também os estágios 2 e 3 – os mais graves.

Mas diagnóstico e o ponto em que a hipertensão se encontra vão além dos números que aparecem no medidor. Os fatores de risco de cada paciente são essenciais para definição do quadro e, consequentemente, do tratamento - se vai precisar ou não de remédios, por exemplo. De uma maneira geral, a hipertensão em estágio 1 é considerada menos grave, mas pode ser de alto risco para quem possui um combo de situações que agravam o quadro, como histórico de pressão alta na família, obesidade, diabetes, tabagismo e idade avançada. Por outro lado, alguém que for considerado pré-hipertenso pode não ter risco elevado por conta da ausência de fatores de pré-disposição para a doença.

Para todos os casos, a regra é clara: pessoas com pressão elevada devem começar a fazer mudanças no estilo de vida, passando por uma boa alimentação até a eliminação do sedentarismo.

 

Tratamento é crucial para controle da pressão

A maioria das pessoas com diagnóstico de hipertensão precisa tomar um ou mais remédios para o resto da vida. Ao mesmo tempo, é muito frequente o abandono do tratamento, o que é considerado preocupante por médicos especialistas no tema. “É uma doença muito comum e assintomática. Como a pessoa não sente nada, acaba abandonando o tratamento no caminho. Muitas vezes, a pessoa até tem um diagnóstico de hipertensão, mas não trata”, explicou Luciano Drager, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

De uma forma geral, antes de entrar com a medicação, o hipertenso em estágio inicial é orientado a fazer mudanças no estilo de vida: reduzir o consumo de sal, adotar uma dieta equilibrada, consumir alimentos que ajudam na redução da pressão, como banana e cacau, e fazer atividade física. Meses depois, o paciente pode ser reavaliado pelo médico para verificar se o comportamento da pressão mudou de lá para cá e se vai precisar avançar para os remédios. “Se tiver reduzido a pressão arterial, a pessoa é orientada a permanecer com essas medidas de modificação no estilo de vida. Mas isso é muito raro. Não apenas é raro esse tipo de resposta, mas o mais raro é a pessoa manter esses hábitos saudáveis a médio e longo prazo”, diz a cardiologista Andréa Araujo Brandão, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Por conta dessa falta de disciplina em manter uma vida saudável, a maior parte necessita de remédios para controle da pressão, que precisam ser tomados todos os dias – e, sim, é para o resto da vida. “A pressão arterial só é controlável através de medicação. No momento em que a pessoa para com a medicação, a pressão vai naturalmente subir. Pode ser no mesmo dia, pode demorar um ou dois dias, mas ela vai ter de novo a pressão arterial elevada, às vezes de maneira até mais súbita pela saída rápida do remédio”, explica médica.

Segundo ela, é preciso explicar para as pessoas que têm pressão alta que a medicação é fundamental. Ela é de uso contínuo e para o resto da vida porque a pressão alta é uma doença que não tem cura. “Não é como uma gripe que a gente tem febre, toma um remédio e passa”, afirma Andréa. O Sistema Único de Saúde (SUS) distribui mais de 20 remédios para o tratamento de hipertensão. Alguns são específicos para controle da pressão, outros atuam sobre o sistema cardiovascular e renal, como diuréticos e vasodilatadores. O médico é quem determina o melhor método de tratamento.


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