Fonte: G1
O Brasil e a Turquia são os únicos países que adotaram todas as medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir o tabagismo, aponta relatório da entidade lançado na última semana no Rio de Janeiro.
As medidas indicadas pela organização são: monitorar o uso do tabaco e as políticas de prevenção, fazer cumprir as proibições sobre publicidade, promoção e patrocínio, advertir sobre os perigos do tabaco, oferecer ajuda para a cessação do fumo, proteger a população contra a fumaça do tabaco e aumentar impostos sobre o tabaco. O relatório da OMS não aborda, no entanto, a questão de que o Brasil estuda agora reduzir a tributação sobre o cigarro, política que vai contra as recomendações da organização. Em março, o governo federal criou uma portaria assinada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, que instituiu um grupo de trabalho para avaliar se mudanças nos impostos ajudarão a “diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade”.
Atualmente, o Brasil está no seleto grupo de 23 países que oferecem serviços completos para quem deseja largar o vício do cigarro. O país inclusive já bateu a meta global, que é reduzir o percentual de fumantes na população para 15%. Em 2017, o total de fumantes na população brasileira era de 10,1%, segundo o Ministério da Saúde. Em 1989, 34,8% da população brasileira fumavam, conforme a OMS. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que entre 2005 e 2016 quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram tratamento para parar de fumar na rede pública de saúde. O tratamento do tabagismo é oferecido em mais de 4 mil unidades de saúde, a maioria (91%) na Atenção Primária, a porta de entrada do SUS, de acordo com o relatório da OMS.