
Ele reuniu alguns amigos nesta segunda
Quando ainda estudava na faculdade de filosofia do Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo, 7 décadas atrás, Tarcillo Lawisch foi incentivado a escrever um livro. Os padres e professores integrantes do grupo de filosofia acreditavam que ele tinha talento para a redação de textos mais longos.
A história andou na vida de Tarcillo e ele de fato acabou escrevendo o livro, O Escravo de Cartagena. Na época, assinou a obra com o pseudônimo Roberto de Tarso.
O livro narra a vida de um padre espanhol, de nome Pedro Claver, que mudando-se da Europa para a Colômbia dedicou sua vida e pastoral à proteção e amparo espiritual dos escravizados da Colômbia, mais especificamente em Cartagena.
O livro teve boa aceitação, chegando, então, a ter uma tiragem de 30 mil exemplares. No rodar das décadas, porém, a obra foi ficando relegada à história. E, como tantas obras, ocupou seu lugar de descanso nas bibliotecas pelo Brasil.
Tarcillo, agora com 93 anos de idade, nem imaginava rever aquela obra escrita quando tinha pouco mais de 20 anos. Porém, foi surpreendido no Natal passado com um presente para ele quase inacreditável: seus filhos André e Luciano receberam das mãos de um padre da Unisinos o único exemplar que ainda restava da obra. Surpresos e felizes, conversaram com filhos da tia Liria e outros amigos, e reeditaram 50 novos exemplares do livro “O Escravo de Cartagena”, agregando, então, uma rápida biografia do autor, e entregaram a ele como presente de Natal.
Na tarde desta segunda-feira (17), Tarcillo e a tia Liria, sua esposa, reuniram em sua casa, no Centro de Dois Irmãos, alguns amigos bem próximos, entregando a cada um deles um exemplar do livro.
O autor, obviamente radiante, falou da sua alegria em rever sua obra que, escrita 7 décadas atrás, foi, então, o livro de cabeceira de muitos jovens. Jovens que, graças àquela leitura, compreenderam um pouco mais da obra espiritual do padre Claver e do que significava a escravidão.