Sérgio Fink, Joracir Filipin e Elony Nyland
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão do Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV) no Hospital São José segue alimentando o debate na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos, principalmente por conta do polêmico relatório final. Na sessão de segunda-feira (1º), parlamentares da situação reclamaram de publicações feitas pelo relator Joracir Filipin (PT) nas redes sociais.
Sérgio Fink (MDB) lembrou que, apesar de não concordar com o teor do relatório da CPI, a Comissão de Pareceres entendeu que o processo na íntegra deve ser encaminhado ao Ministério Público e ao Poder Executivo. Ele criticou a postura de Filipin e disse que as redes sociais são usadas por muitos como ‘megafone de covardes’. “Parece uma arma para envenenar as pessoas, jogar umas contra as outras. Precisamos dar informações corretas. O senhor está fazendo um jogo que não é da sua grandeza, inclusive me bloqueou quando eu disse que ia publicar o texto na íntegra”, declarou. Segundo Sérgio, mesmo após o término da CPI, o processo permaneceu trancado na sala do relator. “Tinha algum medo ou precisava mexer nele?”, questionou.
Para Léo Büttenbender (PSB), vereador tem que dar o exemplo. “Rede social aceita tudo. Temos que cuidar para não levar calúnia, difamação e mentira para as pessoas”, afirmou. Elony Nyland (MDB) voltou a dizer que o relatório teve falhas grosseiras e que Filipin deveria pedir desculpas à população.
CLIMA ESQUENTOU
Filipin disse que pretende encaminhar seu relatório ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. “As provocações vêm da base governista, que sempre tentou barrar a CPI. O município foi omisso quando pacientes ficaram sem fazer cirurgias, quando laudos de exames tiveram sete meses de atraso... É isso que vocês têm que explicar”, cutucou.
Em meio a uma colocação sobre a votação do relatório, Sérgio interveio e disse que Filipin deveria falar a verdade. Houve um princípio de bate-boca e o presidente ameaçou suspender a palavra do vereador. Sérgio, então, fez a leitura do que é considerado ‘falta de decoro parlamentar’. Na volta do seu espaço, o petista preferiu não se pronunciar mais sobre a CPI. “Em consideração à verdade, vou ficar em silêncio no resto do tempo. Lamento que aqui nesta casa não tenha democracia”, concluiu.
Paulinho Quadri (MDB) também criticou Filipin. “Ou ele não conhece o regimento da casa ou faz de conta para passar bem. Mentiu quando disse que o ISEV teve R$ 11 milhões de lucro, quando na verdade foram R$ 5 milhões de déficit”, declarou o emedebista, acrescentado que o vereador do PT se usou da CPI para fazer ‘ politicagem’.
DISCUSSÃO INTERMINÁVEL
No espaço de líder, o vereador Joracir Filipin (PT) declarou que continuará fazendo seu trabalho de forma séria e voltou a lembrar do caso das horas extras na saúde. “Levei a ‘farra das horas extras’ ao Ministério Público; cinco funcionários faziam 600 horas extras por mês. Após a denúncia, elas caíram de 600 para 194. O Ministério Público cobrou explicações e o município reconheceu o excesso”, comentou. “Vou continuar lutando”, completou o parlamentar.
Elony Nyland (MDB) rebateu o petista em seguida, dizendo que conferiu todas as suas manifestações em tribuna nos arquivos da Câmara. “Não encontrei nenhuma palavra sobre as horas extras na época do governo de vocês (2008-2012). Em 3 anos e 7 meses, gastaram R$ 654 mil a mais que o governo anterior, ou seja, 42%”, comentou.
