Moinho Collet, um prédio histórico de Dois Irmãos que será restaurado

07/06/2024
Prédio data de 1854

Prédio data de 1854

Adquirido pelo município em 2021, o antigo Moinho Collet será restaurado. O processo tende a ser longo e dependerá do apoio e investimento de empresas privadas, assim como aconteceu com a Antiga Igreja Matriz de São Miguel.

No início de maio, a redação do JDI acompanhou o trabalho de limpeza no local, comandado pelo vice-prefeito Juarez Stein e pelos servidores da prefeitura Delmar Reger e Lidiekson Gonçalves Peralta. A ideia da administração municipal de Dois Irmãos é realizar, mais adiante, um evento para marcar o lançamento do projeto e início da captação de recursos.

A prefeitura investiu R$ 158.278,00 na aquisição do Moinho Collet e o projeto de restauro foi apresentado em novembro passado, pela empresa Arquium e Restauro LTDA. Na entrevista a seguir, o vice-prefeito fala do processo em andamento e da história do prédio.

 

O que a prefeitura de Dois Irmãos já fez em relação ao Moinho Collet?

Juarez – Primeiro, o município adquiriu o prédio, porque ele tem uma importância cultural, histórica muito grande, reconhecida pelo IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul. O IPHAE estava esperando que esse assunto avançasse no sentido da restauração, e como a família demonstrou em outras ocasiões que não ia ter recursos para tocar em frente, o município adquiriu. A última vez que o poder público mexeu com o Moinho foi no início dos anos 2000, quando, junto com a Rota Colonial Baumschneis e a família, buscou apoio junto ao Consulado Alemão para fazer um escoramento, a colocação de cabos de segurança para segurar o prédio. Recentemente, conclui-se o projeto técnico de restauro. Agora, mais recentemente ainda, nós estamos transferindo as coisas do Moinho para aquele depósito ao lado, para podermos fazer o lançamento e irmos em busca de recursos para o início dos trabalhos de recuperação.

 

Quais são os próximos passos e quando devem ser dados?

Juarez – O tempo não ajudou, e algo que não estava previsto, que foi essa grande inundação (junho de 2023), deixou muito lodo em algumas repartições. Fizemos a limpeza, falta ainda um salão para limpar, o que possivelmente vai ser feito na terça-feira (11). Depois, faz-se um acabamento ao redor do prédio, para que se possa circular com tranquilidade, aí o prefeito tem todas as condições de reunir a imprensa, convidar as entidades que têm interesse pela preservação do nosso patrimônio histórico, arquitetônico, e fazer o lançamento.

 

Qual é a importância de se preservar um prédio histórico como esse?

Juarez – Eu não tenho conhecimento de nenhum moinho que tinha essas características aqui na região; não conheço nenhum que foi restaurado, que foi preservado. É uma arquitetura interessante, você encontra naquele prédio paredes enormes, uma estrutura muito forte, e ao mesmo tempo encontra o enxaimel. São três pavimentos, é um prédio enorme, com muito espaço, ainda mais para a época em que foi construído – 1854. Se tudo iniciou aqui em Dois Irmãos, vamos supor, em 1826, 1827, timidamente, quando era tudo mato, passados esses anos – quase uma geração, é verdade – você tem a construção de um prédio imponente, com um moinho que trabalhava com amendoim, que extraía o óleo do amendoim, que descascava arroz, moía milho, que trabalhava o trigo. E esse mesmo local tinha um armazém de secos e molhados; foi muito rico. É um prédio maravilhoso. Também temos que lembrar que, se ele não for aproveitado, se ruir, não se constrói outro ali, pois está em APP (Área de Preservação Permanente). Eu acho que merece ser preservado, que as engrenagens merecem ser reconstituídas para mostrar às gerações atuais e às futuras como funcionava o moinho, como eram os tempos, como eram as coisas. E tem a história do construtor, que foi Jacob Blauth. A família Blauth era uma família muito forte, muito abastada, talvez entre os colonos mais ricos da colônia. Ele construiu o moinho e está presente na construção da ponte (de pedra). Depois dos Blauth, vieram ainda os Engelmann e os Sperb, e em 1900 cai na família Collet. Nessa caminhada a gente vê um empreendimento bastante forte, especialmente nos anos 1940, 50 e 60, com uma bela história a ser resgatada muito em breve.

 

Poderia destacar algumas curiosidades ou algo encontrado no local?

Juarez – Chamo de ‘curiosidades’ algumas coisas que ainda precisam ser esclarecidas, caso da forma de construção, do enxaimel que tem lá dentro. Veio equipamento da Alemanha para montar as engrenagens; seria interessante saber como elas funcionavam. Eu sei que é um processo lento, que vai levar um bom número de anos, e tomara que a gente esteja por aí para ver esse dia, para poder celebrar a restauração do Moinho com uma área para receber o público, uma cafeteria, um museu, um memorial. Se isso se concretizar, seria realmente algo magnífico em memória dos nossos antepassados.


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