Fonte: Folhapress
Influenciado pela alta no preço da carne, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro foi de 1,15%, o maior resultado para este mês desde 2002, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (6). Assim, inflação fechou o ano de 2019 em 4,31% — acima dos 4,25% previstos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual.
O resultado de dezembro ficou acima dos 0,51% registrados em novembro e não tinha um registro tão alto para o último mês do ano há 17 anos, quando marcou 2,10% em dezembro de 2002. Os preços das carnes no Brasil, com alta de 18,06%, contribuíram para esse registro e puxaram a marca de 3,38% no grupo de alimentação e bebidas, no que foi a maior variação mensal para o setor desde o mesmo dezembro de 2002. Outras altas foram observadas no mês, como combustíveis (3,57%) e passagens áreas, que subiram para 15,62%. O reajuste nos preços das apostas de novembro fez os jogos de azar (12,88%) também impactarem a inflação de dezembro.
No ano, o grupo de alimentação e bebidas aumentou 6,37%. As carnes variaram 32,40%, sendo que 27,61% foram no último bimestre. “Pesou também a alta nos planos de saúde (8,24%), por conta do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. A alimentação fora do domicílio também influenciou o índice, em função do aumento das carnes”, disse o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE em 2019, somente artigos de residência tiveram deflação, de 0,36%. Habitação registrou alta de 3,9%, vestuário subiu 0,74%, transportes marcaram 3,57%, saúde e cuidados pessoais cresceram 5,41%, assim como despesas pessoais, com 4,67%, educação, com 4,75%, e comunicação, com 1,07%. Em 2018, o IPCA foi de 3,75%.