Fonte: GZH / Estadão Conteúdo
A inflação oficial do país fechou 2022 em alta, com nova aceleração no último mês do ano. Com avanço de 0,62% em dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado do ano ficou em 5,79% em 2022. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta terça-feira (10).
Diante desse avanço, a inflação de 2022 furou a meta de 3,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), cujo teto era de 5,25%. Mesmo com novo estouro, a inflação acumulada de 2022 está abaixo da registrada no fechamento de 2021: 10,06%.
O resultado de 2022 foi puxado pelo grupo de alimentação e bebidas (11,64%), que teve o maior impacto (2,41 pontos percentuais) no acumulado do ano. Na sequência aparece saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 ponto percentual de impacto. A maior variação veio do grupo vestuário (18,02%), que registrou altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano.
A inflação oficial do país ficou acima da meta estabelecida pelo CMN e perseguida pelo Banco Central (BC) pelo segundo ano consecutivo. Em carta endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o BC deve citar a guerra na Ucrânia e a reabertura econômica pós-covid como as principais justificativas para não cumprir a meta novamente. A instituição também deve reforçar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, como arma para ganhar a batalha contra a alta de preços. Toda vez que a inflação fica fora do limite de tolerância da meta, o BC tem de explicar por que falhou na sua principal missão: a estabilidade dos preços.
Desde a criação do sistema de metas, em 1999, o BC descumpriu a meta seis vezes. Com a segunda carta seguida, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, se iguala a Henrique Meirelles no número de explicações oficiais à Fazenda.