Com estiagem e pandemia, RS registra redução de 88,6 mil empregos formais em 2020

15/10/2020
Fonte: DEE

Fonte: DEE

Em um contexto de pandemia e de estiagem, o Rio Grande do Sul registrou entre janeiro e agosto de 2020 a extinção de 88,6 mil vínculos de emprego formal, o que representou uma redução de 3,5% do contingente total de empregos do segmento mais protegido do mercado de trabalho. Mulheres, trabalhadores menos escolarizados e a população com idade igual ou superior a 50 anos foram os mais afetados pela retração. Comércio e Serviços foram os setores da economia que mais apresentaram fechamento de vagas.
A variação do emprego formal, que teve como fonte os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) da Secretaria da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, é um dos apontamentos disponíveis no Boletim do Trabalho, divulgado nesta quinta-feira (15/10) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). O documento, elaborado pelos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos, é dividido em duas seções e também analisa o comportamento do mercado de trabalho no RS até o segundo trimestre do ano com base nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua/IBGE).


Emprego formal
A oscilação nos números do emprego formal no RS acompanhou a tendência de agravamento da situação decorrente do enfrentamento ao coronavírus. Os resultados negativos se estenderam de março a junho, com o pior momento registrado em abril, quando 79,3 mil vínculos foram eliminados. De acordo com o Boletim, a partir de julho o mercado passou a apresentar sinais de recuperação, com a tendência de alta, ainda tímida, confirmada em agosto. Ainda assim, no acumulado de janeiro a agosto, a redução atingiu 88,6 mil empregos.
Na comparação com o Brasil, a variação do Estado entre janeiro e agosto foi mais negativa do que a média nacional (-2,19%) e a quinta pior entre os estados, apenas à frente de Alagoas, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco. Considerando somente o mês de agosto, a recuperação no estoque de empregos formais no RS foi de 0,3% em relação a julho, percentual também abaixo da média brasileira (0,66%), o que representou a criação de 7.228 vínculos formais no Estado. No período, o total de vínculos de empregos formais chegou a 2,42 milhões de vagas.
Por setor, Comércio (-5,5%) e Serviços (-3,7%) tiveram as perdas mais significativas no emprego formal. A Indústria de transformação (-2,3%) e a Construção (-1,5%) apresentaram reduções mais brandas, enquanto a Agropecuária, setor em que o emprego formal é menos significativo do que a ocupação não formalizada, foi a única a registrar variação positiva (+0,1%). Em números absolutos, as atividades mais afetadas no período foram o comércio varejista (-27 mil empregos formais), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-16,5 mil), alimentação (-16,1 mil), transporte terrestre (-6,2 mil) e alojamento (-4,9 mil). Resultados positivos foram registrados na fabricação de produtos de fumo (+5,9 mil), atividades de atenção à saúde humana (+3,5 mil) e fabricação de produtos alimentícios (+2,7 mil).


Vínculos extintos
As mulheres representaram 54,8% dos vínculos formais extintos nos oito primeiros meses de 2020, participação superior aos 47% que detêm no total de empregados formais do RS. Em termos de escolaridade, os mais afetados tinham Ensino Médio completo (43,5%), Ensino Fundamental incompleto (21,1%) e Ensino Fundamental completo (17,1%). No quesito idade, os empregados formais de 50 a 64 anos representaram 36,2% dos desligamentos no período.
Entre as nove Regiões Funcionais do Estado (RFs), oito delas tiveram perdas entre janeiro e agosto. Com exceção da RF2, que engloba os Vales do Rio Pardo e Taquari - beneficiada pela sazonalidade da cadeia do fumo - as demais registraram quedas importantes. A RF4, que inclui o Litoral Norte, teve a redução mais expressiva (-10,5%), seguida da RF1, de Porto Alegre e Região Metropolitana e que responde por quase metade do emprego formal do RS, com -5,0%. “Os números do mercado formal mostram com clareza as consequências da combinação de efeitos da pandemia com os da severa estiagem que tivemos em 2020. Entre as atividades mais afetadas, por exemplo, não é difícil associar os efeitos do distanciamento social, que modificou os hábitos da população por um período importante”, afirma o pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho.


› Compartilhe

  • doação de sangue
  • JDI digital

COLUNAS

Como é que o AZARÃO venceu?

Como é que o AZARÃO venceu?

Alan Caldas   06/11/2024

DIA DA INOCÊNCIA

DIA DA INOCÊNCIA

Opinião   11/10/2024

FOTOS DO DIA

Guardião ou presença indesejada? Urubus chamam atenção no alto dos prédios (Foto: Octacílio Freitas Dias)

O Jornal Dois Irmãos foi fundado em 1983. Sua missão é interligar as pessoas da cidade, levando-lhes informações verdadeiras sobre todos os setores da sociedade local, regional, estadual e nacional.

SAIBA MAIS

SIGA-NOS!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Jornal Dois Irmãos © 2024, Todos os direitos reservados Agência Vela