Fonte: Veja
Os túneis de ovos de Páscoa invadem os supermercados. E não são só os ovos que estão nas alturas, os preços também. O produto chega a custar mais que o triplo de seu equivalente em barra. O chocolate corresponde apenas a 27% do valor do ovo de Páscoa para o consumidor, segundo estudo da consultoria de varejo Azo Negócios. O restante do preço é dividido pela embalagem (16%), pela mão de obra para montar o produto (18%) e por demais gastos (39%), como brindes (brinquedos), armazenamento, transporte e seguro.
Enquanto um ovo de Páscoa Alpino de 350 gramas custa 62,99 reais em loja da zona norte de São Paulo, o consumidor poderia comprar quatro barras de 100 gramas cada uma do mesmo chocolate por 23,96 reais. Já o ovo Laka de 170 gramas é encontrado por 30,99 reais, enquanto o equivalente em barra custaria 9,98 reais – duas barras de 90 gramas cada uma. As indústrias justificam a diferença de preço a custos de produção maiores, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).
VAREJO
Outro fator que também influencia no preço dos ovos de Páscoa é a margem de lucro do varejo. “A vontade de comprar é maior do que a razão da compra. Como as pessoas consomem por impulso, o mercado vê oportunidade de aumentar seu lucro”, afirma Edson Machado, especialista em gestão de inovação em varejo do Ibmec. Prova disso, é que, “após o domingo de Páscoa, os ovos continuam os mesmos, mas os preços caem”, segundo Machado.
O trabalho de marketing realizado na produção e promoção do produto também tem impacto no custo, segundo André Braz, coordenador do IPC da FGV. “Todo processo de marketing investido agrega valor ao produto. É como maquiar o chocolate”, afirma.
PROJEÇÃO
As vendas do varejo voltadas para a Páscoa deste ano devem crescer 1,5% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada a projeção, será o terceiro ano seguido de crescimento real das vendas, apesar de o ritmo ser inferior ao do ano passado, quando aumentou 2%. A pesquisa aponta ainda que os chocolates, carro-chefe das vendas da Semana Santa, estão, em média, 5,7% mais caros neste ano.