Fonte: Veja
Grupo de caminhoneiros critica o aumento de dez centavos de real no valor do diesel anunciado nesta quarta feira, 17, pela Petrobras. Há ameaças de paralisação em todo o país em um prazo de, no máximo, dez dias. “Esse governo está louco”, afirma o caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, que foi considerado um dos líderes da greve de 2018. Segundo ele, dez centavos não é pouco para a categoria.
Ele exemplifica dizendo que gasta 9.000 litros em combustível por mês e, com o aumento de dez centavos, o custo subirá em 900 reais. “Eu deixei as minhas intenções bem claras para o governo federal. A paralisação estava marcada para o dia 21 de maio, mas, se houvesse aumento no preço do combustível, íamos parar tudo antes”, diz Dedéco. Ele acrescenta que, se fosse por ele, a paralisação começaria já na segunda-feira, 22, mas, como o grupo precisa decidir em conjunto, o prazo não passaria de dez dias.
A solução defendida pelo caminhoneiro para o problema seria estagnar o preço do diesel até que haja um piso mínimo para o frete. “O preço do combustível sobe e o frete não. A conta não fecha.” Ele ainda afirma que a liderança dos caminhoneiros que está em contato com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não representa a classe. “Muitos deles nem têm caminhão. Eles não sabem o que é viver como a gente.”
REAJUSTE DO DIESEL
Após a interferência da semana passada de Jair Bolsonaro na política de preços da Petrobras, que fez a companhia voltar atrás no reajuste divulgado, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, anunciou nesta quarta-feira, 17, aumento de R$ 0,10 no preço do diesel nas refinarias, para, em média, 2,2470 reais o litro. O novo valor já entra em vigor a partir desta quinta-feira, 18. O reajuste é de 4,8%, em média, abaixo dos 5,7% que foram anunciados na semana passada e depois cancelados. Naquele dia, o aumento seria de R$ 0,12 – de 2,1432 reais para 2,2662 reais por litro.