Fusão de Fiat Chrysler e Peugeot forma o maior grupo do Brasil em vendas

20/12/2019
Fonte: G1 / Auto Esporte

Fonte: G1 / Auto Esporte

Fiat Chrysler (FCA) e Peugeot Citroën (PSA) anunciaram a sua esperada fusão, o que criou o 4º maior grupo automotivo do mundo. O processo de união levará meses e muitas questões ainda estão sem reposta, mas, no Brasil, o novo grupo já é o líder de vendas com mais de 20,5% do mercado de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões). 
Ao somar os emplacamentos de Fiat, Jeep, RAM, Peugeot, Citroën, o conglomerado obteve 494.725 unidades emplacadas entre janeiro e novembro de 2019, de acordo com números da associação das concessionárias, a Fenabrave. Ao analisar somente a FCA, a montadora já estava na liderança do setor, com 18,8% do mercado, mas com a adição do portfólio da PSA, a vantagem sobre GM e Volkswagem fica ainda maior.


Como será a fusão no Brasil
As fabricantes ainda não deram detalhes de como a fusão vai impactar as operações brasileiras, e a PSA afirmou que ainda não é possível prever efeitos no mercado brasileiro, reforçando que o prazo para concluir a fusão é de até 15 meses. A Fiat Chrysler tem duas fábricas no país, uma em Betim (MG) – a maior do Brasil – e outra em Goiana (PE). A PSA produz carros em Porto Real (RJ). 
Para o economista Antonio Jorge Martins, especialista em gestão estratégica de empresas automotivas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a união das empresas é uma maneira de buscar competitividade. “Não imagino que tenham demissões, ao menos no primeiro momento. A ideia é maximizar a produção atual”, apontou Martins. No comunicado conjunto de FCA e PSA, sobre as operações globais, as empresa afirmaram que não são considerados fechamentos de fábricas. “No Brasil, pode-se imaginar que a Fiat Chrysler tenha uma posição mais significativa. Existe a tendência das fábricas da FCA serem otimizadas, enquanto as da Peugeot Citroën podem ser utilizadas na produção de produtos mais estratégicos”, avalia o economista Antonio Jorge Martins, da FGV.
No anúncio global da fusão, o executivo-chefe da Peugeot, Carlos Tavares, ressaltou a importância de utilizar os pontos fortes de cada uma das empresas. “É melhor estarmos juntos do que como duas empresas sozinhas, para enfrentar os desafios que temos à frente”, disse. Tavares afirmou que FCA e PSA são "complementares" e se beneficiarão pela força de cada uma em diferentes mercados. Enquanto a FCA utilizará da forte presença da PSA na Europa, a PSA buscará oportunidades pela sólida posição da FCA nos Estados Unidos e América Latina.


Tendência sem volta
Do mesmo modo que a FCA e PSA se uniram, outras empresas já fizeram isso no passado, como foi o caso das próprias Fiat e Chrylser. Para o economista Antonio Jorge Martins, da FGV, esse é um caminho definitivo para as grandes marcas de automóveis. “Empresas com mais de 100 anos começaram a buscar alianças para enfrentar os desafios atuais. O mercado automotivo é considerado hoje um investimento de risco”, afirmou. “As montadoras têm que brigar com empresas de tecnologia, como Google e Apple, que têm um lucro maior”.
Martins indica que a união é benéfica para que as tradicionais marcas de carros possam brigar com as gigantes da tecnologia no desenvolvimento de veículos que podem andar sem motorista. “Juntas, elas podem focar investimentos em conectividade, carros autônomos, compartilhamento de veículos e motores elétricos”, completou. Além da fusão entre FCA e PSA, Volkswagen e Ford anunciaram uma aliança global que prevê o compartilhamento de plataformas para futuros veículos, mas não será uma união completa das empresas. Uma picape, baseada na Ranger, será vendida no Brasil.


No Brasil, união tem que passar pelo Cade
Como qualquer processo de fusão feito no Brasil, a união entre FCA e PSA terá que ser submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também no país, independente do processo no exterior. “O Cade tem poder para intervir em operações que criem ou aumentem significativamente o poder de mercado das empresas. A apuração parte do grau de concentração, ou da participação de mercado da empresa resultante da fusão”, aponta o advogado Juliano Maranhão, especializado em fusões de empresas.


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