Rebeca Andrade explica choro ao fim da prova e celebra vitória: “Terminei com chave de ouro”

05/08/2024
Fonte: ge – Zero Hora / Foto: AFP

Fonte: ge – Zero Hora / Foto: AFP

Rebeca Andrade se emociona ao falar da sua segunda medalha de ouro em Olimpíadas, a primeira em Paris. A ginasta teve momentos de emoção enquanto esperava a nota no solo, nesta segunda-feira (5). Ela acabou ficando em quarto lugar na trave, e não subiu ao pódio. Foi a segunda a se apresentar no solo e esperou outras sete atletas se apresentarem para confirmar o ouro.

– (O choro) foi porque eu terminei a competição inteira. Orei para que eu aproveitasse, voltasse sem me lesionar, sem nada de ruim acontecer. Não acredito, mas acredito porque foi o que pedi para Deus. Terminei com chave de ouro, estou explodindo.

Rebeca falou, durante as provas do fim de semana, que essa foi a última vez que disputou o solo no individual em Olimpíadas, mas agora deixou o futuro aberto e fica feliz pela forma que se despediu de Paris.

– Vai ficar na cabeça de vocês e na minha. Acho que sim (foi o último). Mas o futuro a Deus pertence. Na trave eu segurei firme, sabe? E o fato depois de faltar só solo também, eu falei não, agora só falta solo, se concentra, vamos lá. Eu fiz o meu melhor tanto na trave, quanto no solo e o ouro veio. Então estou muito orgulhosa, orgulhosa do pódio, orgulhosa das mulheres, orgulhosa de mim, de tudo que a gente tá construindo.

Rebeca faturou o ouro com 14.166, com uma vantagem pequena sobre Biles, que ficou com a prata, com 14.133. A também americana Jordan Chiles levou o bronze, com 13.766. Esse foi o segundo “triunfo” de Rebeca em cima de Biles no dia. Antes, a brasileira ficou à frente da rival na final da trave, aparelho do qual a americana chegou a cair, mas ambas não foram ao pódio

Rebeca se isolou como recordista de medalhas do Brasil na história das Olimpíadas. Nesta segunda-feira, a ginasta de 25 anos subiu no alto do pódio e chegou a seis conquistas – teve duas medalhas em Tóquio.

Assim, ela superou a marca de cinco pódios dos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt. Além disso, foi a primeira vez que um atleta do Brasil levou quatro medalhas em uma única edição dos Jogos, superando o feito dos três pódios de Isaquias Queiroz na canoagem da Rio 2016.

 

Referência de Daiane dos Santos

Na entrevista coletiva, Rebeca também destacou a importância da gaúcha Daiane dos Santos, que abriu caminho para a ginástica brasileira ao se tornar a primeira atleta do país a ser campeã mundial da modalidade, em 2003.

– A Day foi minha grande referência porque era com quem eu me identificava. Ela sempre me tratou super bem, desde pequenininha, e é muito bom quando a gente tem uma referência. As meninas (das gerações anteriores) brigaram bastante para que hoje a gente tivesse mais suporte – disse Rebeca à reportagem de Zero Hora.

Poucos minutos antes, as norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles, prata e bronze, respectivamente, haviam destacado o fato de o pódio no solo ter sido formado exclusivamente por mulheres negras. Questionada sobre o tema, Rebeca exaltou o simbolismo desta conquista para o povo do Brasil.

– É mostrar a potência dos negros e que, independentemente das dificuldades, a gente pode sim fazer acontecer. A gente está aqui mostrando que é possível. Foi lindo, estou muito orgulhosa. Eu me amo, amo a cor da minha pele, mas também não me fecho só nisso. Eu sei que tenho vários outros pontos da Rebeca, da Jordan, da Simone e de várias atletas, não só da ginástica. Mas é poder incentivar e continuar mostrando que talvez seja um pouco mais difícil para você, mas é o teu sonho. Ninguém tem o direito de falar não para você. Então, vai atrás que você consegue. E a gente conseguiu provar isso — finalizou.


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