Imagem do vídeo divulgado pelo Hospital Unimed, com Nativo sendo muito aplaudido pela equipe de profissionais
O paciente de Dois Irmãos curado da Covid-19 voltou para casa nesta segunda-feira (11), depois de 35 dias de internação. Um vídeo publicado nas redes sociais do Hospital Unimed, de Novo Hamburgo, mostrou Nativo Hoffmann, de 78 anos, saindo em meio a um corredor de aplausos da equipe de profissionais (ver no Facebook do JDI).
Foram semanas muito difíceis para Nativo e sua família. Seu caso era gravíssimo. “A partir de agora ele tem outro aniversário para comemorar”, comenta o cardiologista Antonio Sátyro, médico que primeiramente o atendeu em Dois Irmãos e integrou a equipe da UTI do Hospital Unimed. Nativo havia viajado para Dubai, nos Emirados Árabes. No retorno, cumpriu o isolamento. Os primeiros sintomas foram dor no corpo, febre e tosse. “Quando ele começou a ter falta de ar e muita secreção respiratória, passando de uma infecção leve para doença grave, em 12 horas teve que ser internado”, conta Sátyro. Pouco depois da internação, Nativo foi entubado. “Ele teve insuficiência respiratória, com pneumonia grave, inflamação nos pulmões provocada pelo coronavírus e uma embolia pulmonar. Também houve momentos em que chegou a ter um grau de insuficiência renal”, lembra o cardiologista, destacando que, além da idade, o paciente tem histórico de angina.
Dos 35 dias de internação, Nativo precisou de ventilação mecânica em 23. Estava sedado, respirando por aparelho. Sátyro destaca que o tratamento seguiu todo o protocolo internacional da Covid-19, inclusive com a utilização de hidroxicloroquina. Agora, Nativo terá pela frente um período de recuperação lento e gradual. “Ele ficou desnutrido, com os músculos muitos fracos – a chamada miopatia, que é a perda da musculatura. Vai precisar de bastante fisioterapia. Ele ainda está se alimentando por sonda e por um tempo seguirá utilizando medicamento anticoagulante”, explica o médico.
Médico alerta que não é momento para descuidar
O caso dramático vivido por Nativo Hoffmann mostra que o alerta em relação ao coronavírus deve ser levado a sério. “Embora seja altamente contagiosa, a maioria das pessoas não desenvolve a doença. Acontece que ainda estamos em um período de pico. O vírus tem pequenas mutações e ainda não sabemos como vai ser o comportamento dele mais adiante. Não dá para facilitar, os cuidados devem ser mantidos”, afirma Antonio Sátyro.
O médico elogia o controle do contágio na região e no Estado, reiterando que não é momento para relaxar. “Tem pessoas entrando na ideia de que agora tudo passou, mas não é assim. Estamos indo muito bem, mas não dá para descuidar. Vem aí o inverno e outras infecções, por isso é preciso manter os cuidados de lavar bem as mãos, usar máscara e evitar aglomerações”, recomenda. “Para os idosos que já estão entrando em um estágio emocional ruim, é hora de a família conversar e dar uma segurada, sem descuidar”, conclui ele.