Fonte: GaúchaZH
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), desembargador André Villarinho, prometeu levar ao Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais um pedido para voltar com o modelo regionalizado de apuração de votos. O objetivo é evitar a repetição do atraso na divulgação dos resultados do primeiro turno das eleições municipais, no domingo (15).
Até 2018, os resultados das urnas saíam das seções eleitorais e iam diretamente para os tribunais dos Estados, que repassavam as informações para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste ano, foi diferente, indo primeiro para Brasília. Esse foi um dos motivos alegados para o tempo maior do que o habitual na divulgação dos números, junto com a falha em um dos supercomputadores que computam os resultados no TSE. Segundo Villarinho, o atraso “deixou todos chateados” e é necessário “analisar todas as alternativas e consequências da centralização dos dados” diretamente em Brasília. Ele reforçou que a expectativa era ter todos os resultados no Estado até, no máximo, 21h. Nesse horário, no entanto, poucas cidades já tinham as informações incluídas no sistema.
— O que eu vou conversar é que a gente discuta no colégio de presidentes, internamente, a possibilidade de reversão ao sistema anterior. Se esse for o entendimento da maioria, levaremos essa proposta ao TSE e discutiremos com o ministro Barroso — explicou, em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta segunda (16).
Apesar da ideia de voltar ao modelo regionalizado, o presidente do TRE-RS admitiu que não há possibilidade de reversão já para o segundo turno, tendo em vista o curto espaço de tempo. Ainda assim, ele adiantou que a expectativa é que, com o número reduzido de cidades, não haja nova demora. Além da demora na divulgação dos dados, Villarinho também citou outro problema recente com a centralização diretamente em Brasília, que ocorreu no registro das candidaturas.
— Há pouco mais de um mês atrás tivemos um problema bem grave, que foi o período dos registros de candidaturas. Hoje em dia, está tudo informatizado, e os candidatos começaram a alimentar o sistema e ele bloqueou. Simplesmente entrou em pane. Por quê? (Foi) Nacionalizado. Isso gerou uma série de problemas — criticou.
Villarinho, além de presidente do TRE-RS, também ocupa o cargo de secretário do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, o que equivale ao número três na hierarquia do colegiado.
Barroso defende segurança
Em entrevistas ainda no domingo, o presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, justificou que a centralização dos dados em Brasília seguiu o que foi recomendado em um relatório de segurança da Polícia Federal. Ele também disse que a mudança para o modelo atual não foi decidida por ele, e admitiu que não era simpático a iniciativa. No entanto, garantiu que a falha em um supercomputador e a demora em “nada tem a ver com confiabilidade” da eleição.