Fonte: Correio do Povo
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou nesta segunda-feira (20), em entrevista à Rádio Guaíba, que a projeção para a volta às aulas no Estado ficou para o mês de setembro, com algumas etapas sendo feitas em agosto.
– Estamos acompanhando este momento mais crítico na demanda pelas UTIs, mas o nosso grande esforço é para garantir o atendimento. No entanto, é impossível fazer a ampliação para atender uma demanda que não para de crescer. Há limitação física, há limitação de estrutura e de recursos humanos. Nenhum lugar do mundo venceu a pandemia somente com aumento de estrutura. O retorno às aulas não acontecerá em agosto e vamos ter que projetar isso para setembro. Fizemos uma consulta pública e recebemos os resultados na semana passada e esta semana voltaremos a discutir o tema, buscando projetar algum retorno, que deverá ficar para setembro, talvez, com algumas etapas em agosto. Isso vai depender do comportamento das próximas semanas no que diz respeito à demanda de UTIs pelo Estado – afirmou.
Eduardo Leite comentou ainda que o distanciamento social ainda se impõe em solo gaúcho justamente pela velocidade da demanda de leitos de UTIs.
– O que nós vamos conversar com os prefeitos é no sentido de estabelecer uma política de co-gestão do modelo de distanciamento. Este sistema precisa da cooperação e de um pacto entre as partes, inclusive entre os prefeitos, para que seja efetivo. Por isso estamos buscando o engajamento dos municípios e vamos conversar com a Famurs para buscar um modelo que melhor promova uma alteração na gestão do distanciamento controlado, porque queremos a maior participação das cidades – explicou.
O governador disse ser difícil projetar o fim do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul. Ele não sabe dizer se o sistema terá de ficar até o fim da sua gestão.
– É absolutamente imprevisível por conta do longo prazo. O que a gente observa é que neste ano de 2020 são necessários muitos cuidados para evitar a disseminação do vírus sem controle. Nós ampliamos a oferta de leitos no Sistema Único de Saúde e vamos a 1,9 mil leitos no Estado. Isso é insuficiente se houver uma disseminação descontrolada. É importante que as pessoas entendam: um leito de UTI não é apenas uma cama com respirador. São equipes, insumos, medicamentos e uma série de itens, além de recursos humanos – concluiu.