Fonte: Governo RS
Foram confirmados, nesta segunda-feira (19), os dois primeiros casos no Rio Grande do Sul da variante Delta do coronavírus (B.1.1.617.2 – de origem na Índia). O primeiro caso, de um residente de Gramado, teve a amostra de exame confirmada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, por meio de sequenciamento genético completo. O segundo, também de um morador de Gramado e contactante do primeiro, teve a amostra confirmada pelo Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT), do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), por meio de sequenciamento parcial e vínculo epidemiológico (proximidade com a primeira pessoa, que teve a amostra sequenciada na Fiocruz). As duas pessoas não possuem histórico de viagem para outro país ou Estado.
Outros cinco casos suspeitos da variante Delta seguem em investigação na Fiocruz (outro de Gramado, também contactante do caso confirmado, dois de Sapucaia do Sul, um de Esteio e um de Canoas). Os resultados devem sair ao longo desta semana. A amostra de um paciente de Santana do Livramento também foi enviada para o sequenciamento completo, mas um parcial realizado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) já descartou se tratar desta variante.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) realiza, por meio do Lacen/RS e do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT), testes preliminares para a identificação desses casos suspeitos, incluindo sequenciamento parcial. As análises determinam se a amostra é uma provável VOC (variante de preocupação, da sigla em inglês) a partir da identificação de genes específicos que são diferentes entre os tipos de vírus. Ao serem enviadas para a Fiocruz, as amostras passam por um sequenciamento genômico completo, que fornece detalhes do perfil de mutações e classifica com precisão a linhagem de cada amostra.
Delta
A principal característica da variante Delta, já comprovada cientificamente, é a maior transmissibilidade. Essa linhagem também apresenta uma diminuição da eficácia dos anticorpos produzidos pelas vacinas, sendo que apenas uma dose (nos esquemas que preveem duas) pode ser pouco efetiva contra essa variação. Por isso, a Secretaria da Saúde (SES) orientou que o intervalo entre as doses seja de 10 a 12 semanas dos imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, no intuito de acelerar a aplicação do esquema vacinal completo da população. Quanto à gravidade, ainda não há evidências de que a Delta provoque uma doença mais ou menos agressiva em relação às outras linhagens.