Fonte: Globo Esporte
Eduardo Coudet se acomoda diante das câmeras e ao lado do presidente Marcelo Medeiros, do executivo Rodrigo Caetano e do vice Alessandro Barcellos para iniciar uma nova era na carreira e no Inter. Após assinar contrato até o fim de 2021, o treinador argentino foi apresentado oficialmente na manhã desta quinta-feira, com direito a uma manta do clube no pescoço. Logo, deu uma amostra de suas ideias e do que pretende para 2020.
“Chacho”, como é apelidado, disse que o torcedor colorado verá uma equipe com muito “coração” em campo. Como característica, prometeu um time competitivo para ser protagonista nas próximas temporadas. Ou seja, quer representar o torcedor do clube dentro das quatro linhas.
– Uma equipe competitiva, que seja protagonista. Não se pode garantir um resultado, mas sim um trabalho para ser competitivo constantemente. O Inter e seus torcedores merecem ter uma equipe competitiva e que os identifique em campo. Escolhi o Inter por ser passional. As minhas equipes são assim. Eu gosto da loucura linda do torcedor, que vive e pensa nas cores da camisa. É um lindo desafio e faremos todo o possível de tudo o que significa o clube e sua história – afirmou o argentino.
Coudet iniciará os trabalhos com o grupo colorado em 8 de janeiro. É quando o elenco do Inter se apresenta para dar a largada à temporada 2020, no CT do Parque Gigante. Terá pouco tempo de preparação até a estreia na Libertadores, em 4 de fevereiro. Por isso, projetou uma preparação dinâmica para o grupo colorado.
– Enfrentaremos a realidade o mais rápido possível, uma preparação dinâmica e tratar de passar uma ideia, uma forma mais rápida possível. Me parece que estamos bem, aptos de uma boa maneira no início.
Os primeiros dias de Chacho em Porto Alegre serão de avaliação do elenco do Inter, indicação e estudo de nomes para contratação. Ele elogiou o elenco colorado e prometeu montar a equipe conforme o grupo disponível, embora tenha a predileção por dois atacantes.
– O Inter tem um plantel muito bom. Preciso me aprofundar sobre qual o plantel que contarei, quais jogadores terei no início e aí resolver as necessidades. Tenho que adaptar a ideia aos jogadores. Quero receber uma equipe que busque jogar bem futebol e que seja protagonista. Mas, sobretudo, que tenha muito coração. Que cada bola seja disputada da mesma maneira, primeira à última. Minhas equipes jogam com dois atacantes, mas a realidade do sistema você adapta ao momento – avalia.
Boas-vindas da diretoria
O primeiro a manifestar as boas-vindas foi o presidente Marcelo Medeiros. O dirigente elogiou a forma de trabalhar do argentino e mudou o protocolo. Em vez de dar uma camiseta ao técnico, mostrou a nova manta – um tipo de amuleto e símbolo do comandante.
– Não preciso falar do histórico, currículo do Coudet, dos trabalhos realizados e da grandeza da compreensão sobre futebol. Coudet tem várias virtudes. Uma delas é a velocidade com que seus times desempenham em campo e a intensidade que se entrega ao trabalho. Chacho, seja muito bem vindo. Que tenha muita sorte. Ao invés da camiseta, apresento a nova manta – disse Medeiros.
Coudet desembarcou em Porto Alegre no início da noite da última quarta-feira e já sentiu na pele uma amostra do carinho do torcedor. Caracterizados com o cachecol que virou marca registrada do treinador, dezenas de colorados recepcionaram o argentino no Aeroporto Salgado Filho. O técnico não chegou sozinho. O auxiliar Ariel Broggi, os preparadores físicos Octavio Manera e Guido Cretari e o analista de desempenho Carlos Fernández também chegaram com Coudet.
O treinador e sua comissão técnica particular já passaram algumas informações ao elenco via WhatsApp. Os jogadores receberam orientações e sugestões de exercícios para as férias, além de parte do cronograma de trabalhos físicos para a pré-temporada. Confira outros tópicos da entrevista:
Técnicos estrangeiros no Brasil
“Não é o que me motivou. Eu viria igual sem os sucessos de (Jorge) Jesus ou (Jorge) Sampaoli. O que motiva é o Inter, o desafio de estar em um futebol diferente, dos melhores do mundo. Mas, sobretudo, a paixão vivida aqui me motiva ao dobro. Digo que sou louco e a paixão que eles nos transmitem e espero que seja retribuída em campo. Precisamos que estejam conosco para o time mostrar o que eles querem. Temos que demonstrar em todos os sentidos que veem ao futebol”.
Garotos e jogadores experientes
“Não busco jogadores por sua juventude ou experiência, mas o que o clube precisa. Apostamos muito na base no Rosario Central porque não tínhamos muito dinheiro para investir. Surgiram jogadores como Lo Celso, Cervi e Montoya porque estavam ali. Não me preocupo com idade, nacionalidade, mas que ajudem. O Racing era uma equipe com necessidades. Aqui verei as necessidades que precisamos cobrir. Com base nisso, conversaremos e buscamos alinhar para ter um time competitivo, que a torcida esteja identificado. É um clube passional. Esta é a ideia”.
O futuro de Guerrero
“Não, garantia não. Não temos garantia de nenhum jogador. Começamos a falar agora e seguiremos falando qual será o plantel que iniciarei. Não sei as situações de cada jogador, mas mostrarei o que queremos. Minha intenção é que fique, gostaria de contar com ele ano que vem e tomara que possamos mantê-lo. É um jogador que gosta de competir, ser protagonista.
O que falei com Paolo é que desejo contar com ele. Ele está agradecido ao Inter. Sei que este agradecimento, o esforço que o Inter fez e o respaldo dado em uma situação complicada. Ele está contente e com vontade de que seja montado um grande time. Por isso disse que as intenções dele e minha são as mesmas. Tomara que possa contar com ele. Caso não ocorra nada estranho, que asseguremos sua continuidade pois será um dos grandes nomes do time”.
Amizade com D’Alessandro
“Com o Andrés tenho uma relação, mas já tive outras situações de dirigir jogadores com quem tenho relação, como o Marco Ruben no (Rosario) Central. Mesmo no Racing. Não é algo que dificulte. A relação é clara com todos e recebem o mesmo trato. Sempre busco ser o mais justo possível com quem está melhor”.
Chance de Gre-Nal na Libertadores
“É algo parecido com o que existe em Rosário, com Central e Newell’s Old Boys, uma cidade dividida e apaixonada como é aqui. Sobre um possível duelo na Libertadores, não podemos esquecer que enfrentaremos um time chileno (na segunda fase). Precisamos focar nisso e não à frente. A realidade nos mostra isso e não podemos confundir”.