Fonte: Feevale
A Universidade Feevale receberá recurso de aproximadamente R$ 945 mil do governo do Rio Grande do Sul para desenvolver um projeto de saúde em parceria com uma empresa gaúcha. Contemplado em edital do programa Techfuturo, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, o projeto é intitulado Plataforma de autocoleta como estratégia de rastreamento de infecções sexualmente transmissíveis. Seu objetivo é validar um método alternativo ao exame citopatológico (exame de Papanicolau) para melhorar o rastreamento e o diagnóstico precoce de câncer de colo uterino e suas lesões precursoras.
A Feevale é uma das nove instituições de ciência e tecnologia do Estado com projetos aprovados no edital, cujo objetivo é apoiar iniciativas estratégicas voltadas ao desenvolvimento ou aprimoramento de produtos, processos ou serviços no setor de saúde humana. Os projetos devem, obrigatoriamente, ser desenvolvidos de forma colaborativa entre as ICTs e pelo menos uma empresa. No caso da Feevale, a parceira será a Ziel Biosciences, empresa especialista em tecnologia oncológica residente externa da unidade de Porto Alegre do Feevale Techpark.
Saiba mais sobre o projeto
No Brasil, o câncer de colo do útero é o terceiro mais incidente entre as mulheres, de acordo com dados de 2022 do Instituo Nacional do Câncer (Inca). Mesmo assim, quando descoberto nas fases iniciais, pode atingir 100% de chances de cura. Seu principal fator de risco é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente. Nesse sentido, conforme o plano de trabalho proposto pela Universidade Feevale, existe um esforço dos órgãos de saúde internacionais em aprimorar a detecção de ISTs no combate ao câncer de colo de útero.
Apesar de o método tradicional de rastreamento da doença no Brasil ser o exame citopatológico, o plano de trabalho indica que, mesmo em países desenvolvidos, onde as mulheres têm amplo acesso a exames de rastreamento, cerca de 20% não aderem a esses programas, por razões sociais e culturais. Nesses casos, a autocoleta surge como alternativa prática e eficaz para obtenção de amostras de células do colo do útero. Por isso, o projeto terá como metodologia a disponibilização de autocoletores Selfcervix nas clínicas de atendimento à mulher do Cento Integrado de Especialidades em Saúde (Cies) da Feevale e o direcionamento das pacientes à autocoleta.
Para o reitor da Feevale, Cleber Prodanov, a aprovação desse projeto demonstra o envolvimento da Instituição com a comunidade na área da saúde, com especial atenção à oncologia. “É de extrema importância que possamos iniciar mais uma ação com foco na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de colo de útero e, ainda, trabalhar em conjunto com nossas empresas do Feevale Techpark”, afirma.
“A cura do câncer está na prevenção. Esse projeto vai ao encontro de nossos esforços pelo diagnóstico precoce”, aponta a diretora executiva da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, Regina Dau.
O coordenador do projeto, Fernando Spilki, aponta que o exame periódico associado à detecção de papilomavírus pode ser de grande utilidade, especialmente em casos em que há lesões iniciais ou mesmo antes do desenvolvimento de lesões. “Além disso, a autocoleta pode ser uma alternativa mais confortável para as mulheres, permitindo um acompanhamento mais frequente e adequado”, avalia. O projeto terá prazo de 24 meses para execução, a contar a partir da data de assinatura do convênio.