Fonte: G1 RS
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) atualizou o sistema de monitoramento de casos e mortes, nesta sexta-feira (23), e incluiu dados represados de datas anteriores ao longo dos 500 dias de pandemia no Rio Grande do Sul. Os registros de vítimas não foram afetados.
Foram divulgadas mais 62 óbitos, identificados nas últimas 24 horas, mas ocorridos entre 1º e 22 de julho, exceto seis de datas anteriores. Assim, o RS tem 32.972 mortes por coronavírus. No entanto, o total de casos sofreu um aumento de 64.056 novos registros. Com isso, o RS tem, em toda a pandemia, 1.343.586 casos confirmados. Foram acrescidos, neste período, além dos registros desta sexta, casos pendentes dos seguintes períodos:
Julho de 2021: 7.201
Junho de 2021: 12.438
Maio de 2021: 9.156
Janeiro a abril de 2021: 24.684
Março a dezembro de 2020: 9.412
Deste total, 1.298.583 (96,7%) são considerados recuperados e 11.940 (0,8%) seguem em acompanhamento, a taxa de letalidade caiu para 2,5%.
Entenda a mudança
A mudança nos critérios ocorreu, segundo a SES, porque o processo automatizado do painel exigia que todo caso com resultado positivo tivesse um “encerramento” por parte dos municípios, o que nem sempre ocorria no tempo correto.
No sistema e-SUS Notifica, onde são registrados casos de síndromes gripais sem internação (quando o paciente testa em farmácias ou laboratórios, por exemplo), um caso deveria ter o resultado laboratorial registrado e, em uma segunda etapa, a vigilância municipal concluía o caso com a classificação final de “confirmado laboratorial”. Esse tipo de registro no sistema e o lançamento de exames são feitos por usuários de farmácias, unidades básicas de saúde, clínicas privadas e demais serviços que atendam casos suspeitos.
Já a classificação final é uma atribuição exclusiva às vigilâncias em saúde nos níveis municipal, regional, estadual ou federal. Logo, para representar a real situação epidemiológica, foi definido pelo comitê estadual abolir a necessidade dessa marcação. “Mesmo com a interlocução junto aos notificadores para o devido encerramento dos casos, observa-se um passivo de casos em aberto. Em meio a tantas atividades prioritárias, esta mudança de regra foi necessária para melhorar a agilidade no conhecimento dos novos casos”, afirma a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri.
Ela ressalta que a alteração permitirá um melhor acompanhamento da evolução dos casos, que é considerado fundamental para a avaliação da situação epidemiológica que embasa a tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia. Segue sendo necessário, porém, que os notificadores concluam o preenchimento integral dos campos da ficha de notificação.
Média móvel
Todos os casos pendentes são de síndromes gripais leves notificadas no sistema e-SUS Notifica. Por isso, não há relação com internações hospitalares e óbitos, já que esses casos são notificados em outro sistema, o Sivep-Gripe. Logo, a inserção desses dados não afetou a média móvel de mortes. Ela segue em queda, com variação de -23% em relação a duas semanas atrás.
Contudo, a atualização teve impacto direto na média móvel de casos. Se antes estava em queda, agora apresenta uma alta de 266%, já que todos esses casos foram incluídos nas últimas 24 horas. Mais uma vez, isto ocorre devido à distorção causada pela inserção de novos dados em uma mesma data.
Hospitalização
O aumento de casos também não se reflete nas hospitalizações. Os mais de 300 hospitais do estado registravam, durante a tarde, 2,3 mil pacientes em leitos de UTI, pouco mais de 68% da capacidade total. Desses, 998 estão com coronavírus, o que mantém o estado abaixo dos mil infectados em estado grave que necessitem de tratamento intensivo. Das 21 regiões Covid, 13 estão com ocupação abaixo do nível crítico. As demais apresentam excedente entre leitos privados, mas a desocupação de leitos SUS compensa a pressão sobre o sistema hospitalar.
Vacinação
Quase uma em cada quatro pessoas que moram no Rio Grande do Sul está com a imunização completa. Até esta sexta, 2,77 milhões de moradores já receberam ambas as doses ou a vacina de dose única. Assim, 24,2% da população geral está com o esquema vacinal completo. Além disso, 5,89 milhões de pessoas receberam a primeira dose. Ou seja, 51,5% da população gaúcha já foi vacinada ao menos uma vez.