
(Fotos: Vatican News)
Cerca de 250 mil pessoas prestaram suas homenagens diante do caixão do Papa Francisco durante o velório de três dias na Basílica de São Pedro, de acordo com o Vaticano. O sepultamento do Pontífice ocorreu no último sábado (26). O primeiro papa latino-americano morreu no dia 21 de abril aos 88 anos.
O Colégio de Cardeais da Igreja Católica anunciou para o dia 7 de maio o início do conclave, que definirá o sucessor do Papa Francisco. A data foi firmada após reunião entre os 252 cardeais, no Vaticano. Palco da reuniões entre os cardeais durante o conclave, a capela Sistina está fechada para visitas ao público desde esta segunda-feira (28).
Dos 252 membros do Colégio de Cardeais, 135 estão aptos a votar – porque tem menos de 80 anos. Durante seu papado, Francisco nomeou 80% dos cardeais que agora vão eleger seu sucessor à frente da Igreja Católica. As regras canônicas, flexibilizadas por Bento XVI, indicam que o conclave deve se iniciar após o período conhecido como “novemdiales”. São os nove dias de luto no Vaticano, em que ocorrem missas diárias em homenagem ao Papa. A primeira foi neste no domingo (27) e a última será no dia 5 de maio.
Em conversa com o JDI, o padre Alexsandro Lemos da Silva, pároco da Comunidade Católica de Dois Irmãos, falou sobre a importância do papado de Francisco e seu legado. Acompanhe:
O que o papado de Francisco representou para a Igreja Católica?
Pe. Alex – A morte do Papa Francisco representa uma perda imensa para a Igreja e para o mundo. Seu papado foi um verdadeiro “tempo de misericórdia”, marcado por uma abertura generosa ao diálogo, pela atenção aos pobres e pela constante lembrança de que a Igreja é, antes de tudo, um hospital de campanha para quem sofre. Francisco nos ensinou a ir ao encontro de todos, especialmente dos mais frágeis, sem julgamentos, com o coração de Cristo.
Qual o maior legado deixado pelo Sumo Pontífice?
Pe. Alex – Entre tantos frutos, seu maior legado talvez seja justamente essa conversão pastoral: a coragem de chamarmos menos a nós mesmos e mais aos outros, com amor concreto. Ele devolveu à Igreja o rosto da ternura, da compaixão e da simplicidade. Mais do que documentos ou reformas, Francisco nos deixou um jeito de ser Igreja: mais próxima, mais servidora, mais humana.
O senhor já esteve no Vaticano? Chegou a se aproximar do Santo Padre?
Pe. Alex – Não tive a alegria de estar no Vaticano durante minha caminhada de fé (Pe. Jeferson e Pe. Vicente sim, pois estudaram lá), então não cheguei a ter um encontro direto com o Santo Padre. No entanto, como para tantos outros, suas palavras, seus gestos e suas atitudes sempre falaram forte ao meu coração.
Qual sua expectativa em relação à escolha do próximo Papa?
Pe. Alex – Em relação à escolha do próximo Papa, a esperança é que o Espírito Santo inspire os cardeais a eleger um sucessor que continue construindo pontes, mantenha viva a chama da misericórdia e guie a Igreja com sabedoria e humildade nestes tempos desafiadores.
Que mensagem do Papa Francisco merece ser lembrada para sempre?
Pe. Alex – Uma das mensagens de Francisco que merece ser lembrada para sempre é simples e profunda: “Deus não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão.” Essa frase resume seu olhar de fé: um Deus que nunca desiste de nós, que nos levanta e caminha conosco, mesmo em nossas fragilidades. Que a memória do Papa Francisco siga iluminando a nossa fé e inspirando gestos de amor e esperança no mundo inteiro.
Pe. Alexsandro Lemos da Silva