Julho Amarelo reforça luta contra hepatites virais no Rio Grande do Sul

30/07/2024
Fonte: SES

Fonte: SES

Em 28 de julho celebrou-se o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, pauta que representa uma importante questão de saúde pública no Rio Grande do Sul. Caracterizada como qualquer inflamação no fígado, a hepatite pode ser causada por vírus dos tipos A, B, C, D ou E, e pode ser silenciosa. Para facilitar a visualização da análise epidemiológica das hepatites virais no Estado, neste Julho Amarelo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) elaborou um painel interativo com série histórica e filtros por gênero, idade e localização geográfica.

Com variações entre fases assintomáticas até sintomas leves e inespecíficos como náuseas, dor abdominal, fadiga, febre, pele e olhos amarelados, as infecções no fígado causadas pelas hepatites são agravos de notificação compulsória em todo o país. A prevalência dos vírus no sul do país alerta para o reforço das ações de vigilância e conscientização dos profissionais de saúde e da população para evitar os casos crônicos, agravamentos e danos hepáticos causados pela doença.

Na atenção básica, estratégias de vacinação, prevenção e tratamento buscam reduzir o número de pessoas infectadas no Estado, que têm as hepatites dos tipos, A, B e C como mais incidentes. As hepatites dos tipos A e B possuem imunizantes disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Já para a hepatite tipo C, apesar de não haver vacina, existem testes rápidos na rede pública e o tratamento aponta chances de cura em 95% dos casos.

O Rio Grande do Sul é parceiro das estratégias de eliminação das Hepatites B e C como problemas de saúde pública até 2030, seguindo das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde. De acordo com ranking nacional, o Estado ocupava em 2023 o primeiro lugar de incidência do vírus tipo C no Brasil. 

A Política de Hepatites Virais, coordenada pelo Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (Dapps), prevê o enfrentamento estadual organizando a rede de atendimento e promovendo capacitações às equipes. A atuação da atenção primária também se desenvolve com medidas de prevenção e educação da comunidade, triagem e testagem, diagnóstico e encaminhamento para os serviços especializados, estímulo de adesão ao tratamento e acompanhamento. 

 

Monitoramento e vacinação

O painel criado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde é alimentado com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O objetivo é que se torne ferramenta de apoio para análise epidemiológica e incidência de casos. Nele, também é possível filtrar os dados município ou regional de residência, sexo e faixa etária.

Como principal medida de prevenção contra a doença, o SUS prevê no Calendário Nacional de Vacinação a vacina da hepatite A, que deve ser administrada aos 15 meses de idade, em dose única. Caso a criança tenha perdido a oportunidade de se vacinar, ela pode fazer a dose desde que ainda tenha menos de 5 anos (até os 4 anos, 11 meses e 29 dias).  A vacina da hepatite A para adultos não é disponibilizada de forma universal, devendo ser aplicada apenas em pessoas com condições clínicas especiais*. Além disso, pessoas com mais de 40 anos que já tiveram a doença na infância têm imunidade para o resto da vida. 

A hepatite A é transmitida por via fecal-oral e está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada.  Se tornou alvo de preocupação maior no estado em decorrência das enchentes e pela ocorrência de surtos possivelmente relacionados a transmissão por contato sexual.

A vacina da hepatite B também está prevista no calendário nacional com indicação para ser administrada em três doses (0, 1 e 6 meses), mas pode ser aplicada em indivíduos de qualquer idade. A importância da vacinação contra o tipo B se dá principalmente pelo risco de transmissão vertical (da gestante para o feto). A transmissão do vírus tipo B ocorre pelo sangue e fluidos corporais contaminados, estando associada a Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), assim como pelo uso compartilhado de objetivos pessoais, seringas e agulhas contaminadas. 

 

Tipos de hepatites

Hepatite A: transmitida por via fecal-oral, está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e água contaminada, tendo se tornado alvo de preocupação maior no estado em decorrência das enchentes. Tem vacina para público adulto e infantil.

Hepatite B: transmitida pelo sangue fluidos corporais contaminados, está associada a Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Tem vacina para público adulto e infantil.

Hepatite C: transmitida pelo sangue fluidos corporais contaminados, tem prevenção e teste rápido nas unidades de saúde.

Hepatite D: prevalência no norte do Brasil.

Hepatite E: prevalência nos continentes asiático e africano.

 

* São consideradas como condições clínicas especiais para a vacinação conta a hepatite A em adultos os casos de: hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive portadores dos vírus das hepatites B e C (VHC); pessoas vivendo com HIV/aids; imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora; doenças de depósito; fibrose cística (mucoviscidose); trissomias; candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes; transplantados de órgão sólido (TOS); transplante de células-tronco hematopoiéticas (THCT); doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), cadastrados em programas de transplantes; hemoglobinopatias; asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas.


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