Secretaria da Saúde e direção do hospital participam de encontro na Câmara

02/09/2022
Maristane, Luís Antônio e Tiago (à frente); Tavares, Celina, Ramon e Mareli (ao fundo)

Maristane, Luís Antônio e Tiago (à frente); Tavares, Celina, Ramon e Mareli (ao fundo)

Na noite de quarta-feira (31), a Câmara de Vereadores realizou temática popular sobre o Sistema de Saúde Pública de Dois Irmãos. O encontro foi comandado pelo presidente Ramon Arnold (PP), e contou com a participação do secretário da Saúde, Nilton Tavares; da Dra. Maristane Strada, coordenadora dos programas de saúde da secretaria; do Dr. Tiago Serafim, diretor técnico do Hospital São José; de Luís Antônio Alves Linder, diretor administrativo do hospital; e Mareli Kolling, nova diretora adjunta.

Também estiveram presentes Anelise Steffen, chefe do Departamento Municipal de Saúde, e os vereadores Celina Christovão (MDB) e Elony Nyland (MDB).

 

Atenção básica

Funcionária do município há duas décadas, a ginecologista Maristane Strada coordena a Estratégia Saúde da Família (ESF).

– Tivemos a primeira ESF no São João, a seguir organizei a do Bela Vista e depois todas as equipes que temos no município hoje. São oito equipes de saúde da família, e na atual administração estamos fazendo uma remodelação dessas equipes para tentar atender melhor às necessidades dos nossos usuários. Tivemos uma momento difícil na pandemia, quando a gente focou especificamente na pandemia, e várias outras atividades que eram da nossa prática diária foram descontinuadas. Agora, a gente está tentando retomar e reorganizar todo esse processo. A atenção primária é responsável pela porta de entrada do sistema de saúde, é a reguladora através do modelo de ESF. A busca pelo atendimento na atenção primária deve ser sob a forma de atendimento eletivo agendado ou de acolhimento. Hoje, as nossas estratégias têm uma agenda que compreende 60% de consultas agendadas e 40% de consultas em livre demanda, que são aquelas pessoas que vão necessitar no dia e vão ser acolhidas pela equipe – explicou a médica.

 

Atendimentos

O Hospital São José é administrado pelo IB Saúde. Luís Antônio Linder assumiu a gestão há pouco mais de um ano.

– O hospital tem 66 leitos, sendo efetivamente 46 para internação. Temos uma média de 155 funcionários CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mais uma gama de funcionários PJ (Pessoa Jurídica), chegando a uma média de 260 ao todo. Hoje estamos tentando desenvolver um trabalho com foco na humanização. Temos o PA (Pronto Atendimento) e atendemos a média complexidade da região. A média complexidade abrange pequenas cirurgias, pequenos procedimentos – comentou.

No início deste ano, com o surto de dengue que atingiu o município, o PA bateu recordes de atendimento, segundo Luís Antônio. Foram 6,5 mil em janeiro, 5,2 mil em fevereiro e 7,9 mil em março, chegando a bater 400 em um único dia. Ele lembrou que o atendimento é feito seguindo o Protocolo de Manchester, que classifica os pacientes por cores com base em sinais e sintomas – vermelho: emergência, laranja: muito urgente, amarelo: urgente, verde: pouco urgente e azul: não urgente.

– Em maio, tivemos 62% dos nossos atendimentos ‘azuis’; em junho, 53%; e agora em julho, 48%. Ou seja, são atendimentos que poderiam ter sido feitos na saúde básica. A porta está aberta, nós estamos ali para atender, mas tem coisas que a população precisa ser educada para procurar a saúde básica, porque depois vêm as demoras e reclamações, e dessa maneira não tem como não ter demora – afirmou o diretor administrativo.

 

Possibilidade de UTI

Uma das questões levantadas pela temática foi a possibilidade de se ter Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Dois Irmãos.

– É uma situação bem mais complexa. Para ser instalada, não podem ser menos do que 10 leitos. Para isso teríamos que ter um corpo clínico com médicos especializados, médicos intensivistas; é um investimento alto, que precisa ser elaborado com muito zelo e cuidado. A partir do momento que tivéssemos 10 leitos de UTI, abriríamos referência a outras região; talvez estivéssemos sempre com uma demanda alta – disse Luís Antônio.

Segundo Tiago, seria preciso cumprir uma série de pré-requisitos, como oxigênio encanado, aparelho de tomografia e outras adaptações que despenderiam muito recurso.

– É possível fazer, mas em termos de saúde coletiva não sei se seria o melhor investimento – observou.

Maristane acrescentou outra informação importante:

– UTI depende de uma caminhada, de um investimento da prefeitura, e o resultado final, da garantia do leito para o munícipe, não existe. Esse eu acho que é o tendão de Aquiles da situação, porque um leito de UTI vai para uma central de regulação estadual. Portanto, todo esse investimento que vai se fazer não garante que o dois-irmonense vai internar nesta UTI, pois esse leito será regulado pela central estadual.

 

(Foto: Divulgação / Câmara)


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