Ser mãe é um gesto de amor que não depende do sangue, mas do coração

09/05/2025
Rosa e o filho Nélio

Rosa e o filho Nélio

Neste domingo (11), o Dia das Mães ganha um significado especial para todas aquelas que tiveram a oportunidade de gerar um filho ou mesmo educar e criar ao adotar uma criança. E a trajetória de Rosa Maria Schmitt, 79 anos, auxiliar de cozinha do restaurante Baumschneis e mãe de Gilberto Nélio Kaeffer, proprietário do estabelecimento, nos traz uma história emocionante.

Quando tinha cerca de 30 anos de idade, Rosa acabou perdendo uma de suas irmãs, Bernadete, e mãe dos pequenos sobrinhos Nélio, de 4 anos, e Aline, de apenas 5 meses. Os dois irmãos já haviam perdido seu pai, Gilberto, após um acidente, em janeiro de 1980. Em março, apenas 2 meses depois, falecia Bernadete, em decorrência de uma leucemia, deixando Nélio e Aline completamente órfãos. 

Rosa conta que acabou entrando com o processo de adoção de seus sobrinhos, para oferecer a eles um lar cheio de amor, e cuidados de mãe. “Tive alguns conflitos durante a adoção e não foi um processo fácil. Mas lembro muito bem que, quando o juiz assinou os papéis, eu chorei muito. Foi uma emoção que lembro até hoje”, relembra ela.

A luta de Rosa não parou por aí. Com cerca de três anos e meio, Aline teve complicações cardíacas e veio a falecer. “Nélio nasceu no dia 6 de janeiro, Dia de Todos os Santos. E Aline faleceu no dia do meu aniversário, no dia 5 de fevereiro. Isso foi realmente muito significativo”, conta ela, com emoção. “Não foi fácil pra mim, para a família, nem para o Nélio. Mas nunca desisti, segui de cabeça erguida e continuei dando apoio ao meu filho”.

Para ela, a missão de uma mãe é guiar os filhos no bom caminho. “Levar à igreja, à escola, formar um ser humano independente”, afirma. Seu esforço valeu a pena: Nélio, trabalha desde os 11 anos, tornou-se um homem dedicado. Desde sempre ajudou na lida com os assuntos da casa e mais tarde trabalhou na antiga Lancheria Stoffel.

 

Escolhas da vida

Rosa conta que nunca se casou. Relembrando, com bom humor, disse que não teve sorte com os namorados. O mais marcante foi o que pediu para ela escolhesse entre ele e seus filhos. “Ainda lembro que ele parou o Chevette nos fundos da igreja e perguntou: ‘Vai preferir ficar comigo ou com as crianças’?”, rememora. A resposta foi óbvia: ela saiu do carro e nunca falou mais com ele.

Rosa tem muito orgulho do crescimento de sua família e da incrível relação que hoje tem com suas netas Aline, de 27 anos, e Helen, de 16, e com a nora Neisa. Sua família é seu pilar, e ela guarda boas memórias até hoje, como dos bolos ‘queimadinhos’ que o Nélio adorava, ou dos apelidos que dava aos seus animais. “Eram nesses pequenos momentos que eu percebia que eu era a mãe daquele menino”, salienta ela.

A história de Rosa é inspiradora. Assim como resolveu cuidar, há 45 anos, do Nélio e da pequena Aline, hoje ela é cuidada por seu filho, nora e netas. E todos os dias ele liga para certificar-se de que ela está bem. “O Nélio me liga todas as manhãs, perguntando se eu tomei meu café, se tomei os remédios. Hoje não sei o que eu seria sem ele”, diz ela, feliz.

 Com o coração repleto de gratidão, Rosa se sente realizada por ter proporcionado o amor que um dia escolheu doar e que voltou em forma de cuidado e aconchego. “Hoje me sinto realizada e feliz pela escolha que fiz; faria tudo de novo”, finaliza, com emoção.

Ser mãe é um gesto de amor que não depende do sangue, mas do coração. É com histórias como a de Rosa que devemos relembrar a importância dessas tão queridas mulheres de Dois Irmãos: as mães.


Família reunida: Aline, Neisa, Nélio, Helen e Rosa


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