Bombeiros militares e voluntários de Dois Irmãos ajudam nos resgates às vítimas

10/05/2024
(Fotos: Divulgação)

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Somados aos mais de 30 mil servidores da segurança pública, milhares de civis também ajudaram no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Até esta quinta-feira (9), conforme números da Secretaria de Segurança Pública (SSP), mais de 70 mil pessoas e mais de 9 mil animais haviam sido resgatados. Outras 143 pessoas seguiam desaparecidas. O número de óbitos confirmados chegava a 116.

O efetivo do Corpo de Bombeiros de Dois Irmãos também se empenhou na missão de salvar vidas, na que é considerada a maior catástrofe climática já registrada no estado. Nesta sexta-feira (10), três militares do quartel dois-irmonense seguiam atuando nas enchentes: soldado Steven van Hattem, soldado Maicon Lucas Pereira da Silva e soldado Jefferson Turella. Além deles, outros quatro bombeiros militares do município atuaram no resgate às vítimas: sargento Fábio Rodrigo Calegaro, soldado Jair Inácio Both, soldado Matheus de Lima Cavalheiro e soldado Kleber Domingues Silveira. Além dos militares, também ajudaram os bombeiros voluntários André Adriano Dresch, Gustavo Pacheco da Silva, Harry José Kunrath, Juliano de Souza Borges, Luiz Forneck e Marivane Moreira de Camargo.

 

Vítimas gritavam e batiam panela para pedir socorro

Com um barco particular, o sargento Calegaro seguiu inicialmente ao bairro Canudos, em Novo Hamburgo, para ajudar nos resgates, tendo em vista que as embarcações do Governo do Estado já estavam todas na água e mesmo assim não eram suficientes. Naquele dia, ele estava de férias e atuou como voluntário. O militar também participou de resgates em São Leopoldo. “Era o local mais crítico e mais próximo”, comenta, reforçando a dificuldade de acesso aos demais municípios. Neste dia, atuou ao lado de bombeiros do quartel de Ivoti. Desta vez, eram seis bombeiros divididos em dois barcos particulares. “Ficamos de sábado a domingo à tarde sem tirar o barco da água. Parávamos apenas para abastecer e comer algo”, conta o sargento, relatando que o nível da água subia muito rápido. “Em 12 horas, subiu 2 metros. Houve situações nas quais nem mesmo o barco passava, porque já encostava nos fios de luz”, conta.

O sargento reconhece que esta foi uma das piores ocorrências já atendidas por ele, relatando a frustração de ver pessoas pedindo por socorro e não poder ajudar de imediato. “Era tudo muito triste. Pessoas saíram só com a roupa do corpo, e molhadas. E mais triste ainda era na parte da noite, porque elas ouviam o barulho do motor do barco e viam a luz, e começavam a gritar e bater panela, pedindo socorro”, diz ele, contando que um dos momentos que mais o marcaram foi o resgate de um idoso, no bairro Campina, em São Leopoldo. “Ele já tinha perdido a mobilidade e estava entrando em estado de hipotermia; guiávamo-nos pelos gritos de socorro dele. A água estava a uns 30 centímetros do marco da porta de entrada”, relembra.

 

“É muito triste ver toda essa situação”

Ao lado dos soldados Maicon e Turella, o soldado van Hattem segue atuando nas cidades de Novo Hamburgo e São Leopoldo. Há dias ajudando, ele relata o sentimento ao presenciar a tragédia que assola o Rio Grande do Sul. “É muito triste ver toda essa situação, para qualquer pessoa”, diz ele, relatando que muitas vítimas demonstravam medo durante os resgates, por causa do volume de água, mas ao mesmo tempo agradeciam e desabavam a chorar ao chegar em terra firme.

Além de atuar nos resgates das vítimas, o militar segue ajudando na entrega de água e comida para aqueles que permaneceram nas residências.

 

Dificuldade de comunicação

Com sinal de telefone e internet comprometidos, a comunicação está entre as maiores dificuldades enfrentadas pelas equipes de socorro. Além da dificuldade em encontrar endereços repassados por familiares das próprias vítimas, os socorristas também não conseguiam trocar informações entre si. “Estávamos muito dependentes de localização, e celulares, GPS, nada funcionava. Também não tinha mais ruas”, relata o soldado Cavalheiro.

Segundo ele, outro grande desafio foi convencer algumas pessoas a saírem de suas casas. “Em algumas situações, a água estava invadindo o segundo andar e as pessoas insistiam em ficar”, comenta.


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