Operação contou com aproximadamente 60 membros de forças de segurança, entre policiais civis e militares e agentes da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE)
Uma grande operação da Delegacia de Polícia de Dois Irmãos, coordenada pelo delegado Felipe Borba, resultou na prisão de um foragido condenado por tráfico de drogas e na apreensão de documentos, celulares, chips e cartões bancários, além do bloqueio judicial de oito contas bancárias.
Denominada de Operação Lügen, a ofensiva é resultado de investigações contra crimes de estelionato e extorsão, referentes a três inquéritos policiais. Segundo a polícia, dez pessoas, entre homens e mulheres, são alvo das investigações. De acordo com o delegado Borba, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, nas cidades de Dois Irmãos, Estância Velha, Caxias do Sul, Alvorada, Charqueadas e Porto Alegre. Em Dois Irmãos, o mandado foi cumprido em uma residência do bairro União. “Quatro dos dez indivíduos investigados já estão presos, o que motivou a execução de mandados em três casas prisionais: Cadeia de Porto Alegre, Penitenciária Estadual do Jacuí e Presídio de Caxias do Sul”, completou.
A partir do material apreendido, as investigações seguem em andamento. “Com a quebra de sigilo bancário e a análise do material apreendido hoje, esperamos identificar outras pessoas que tenham participado do esquema criminoso”, ressalta o delegado Borba, reforçando que denúncias podem ser repassadas para a Delegacia de Dois Irmãos pelo telefone (51) 3564-1190 ou pelo WhatsApp (51) 9 8543-7318, garantindo-se o anonimato.
O homem de 28 anos, que estava foragido, foi preso em Estância Velha. Conforme o delegado Borba, ele não é alvo da investigação, mas tem relação com os investigados. O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Novo Hamburgo.
Investigação iniciou há 4 meses
Alvos da polícia há quatro meses, os indivíduos começaram a ser investigados pelos crimes de estelionato e extorsão a partir de registros de golpes dos nudes e estelionatos referentes a propostas de ganhos financeiros cujas três vítimas residem em Dois Irmãos. “Não podemos revelar detalhes, até para não expor as vítimas, mas em um dos casos houve prejuízo de cerca de 100 mil reais, tendo inclusive extrapolado os limites de crédito bancário pessoal, e a vítima solicitado empréstimo a parentes. Este caso, em especial, bem revela que não se pode ceder às solicitações ou exigências de estelionatários ou extorsionários, pois o comportamento da vítima vai estimular a perpetuação do crime, com novas investidas”, reforça o delegado Borba, ressaltando que nestes casos a orientação é que os contatos sejam encerrados e bloqueados, e que as pessoas comuniquem o fato a Polícia Civil, para que, ainda que não desejem representar criminalmente, busquem esclarecer dúvidas e compreender melhor a situação em que se encontrem.
O delegado Borba também comenta sobre os desafios da polícia em investigações contra estelionatos e extorsões. “Atualmente, a investigação deste tipo de crime está entre as mais complexas. Os criminosos habilitam números de telefone celular e abrem contas bancárias em nome de laranjas, uma vez que o sistema de telefonia móvel e o sistema financeiro não impõem obstáculos suficientes de segurança contra estas práticas. Além disso, o crime de estelionato exige que a vítima manifeste a vontade de representar contra os autores para que a polícia possa instaurar inquérito policial, e por receio ou vergonha sabemos que algumas pessoas sequer procuram a polícia para relatar tais delitos. De qualquer forma, modernas técnicas de investigação, conjugadas com análises de vínculos promovidas pelos policiais civis, viabilizam trabalhos como o que estamos desenvolvendo”, comenta.
Sobre a relação dos crimes de estelionato com outras infrações penais, o delegado comentou: “Temos observado um incremento no número de pessoas que tradicionalmente se dedicam ao tráfico de drogas e crimes violentos – como roubo e homicídio - que estão aplicando golpes ou até migrando para esse outro tipo de crime. Isso demonstra a relevância do combate a este delito, uma vez que os ganhos financeiros muitas vezes acabam fomentando a prática de outras infrações e aumentando a capacidade econômica de facções criminosas”, finaliza.
Documentos, celulares, chips e cartões bancários foram apreendidos durante a operação