Segundo levantamento divulgado pela polícia, são seis casos a menos do que no mês anterior
No total, 158 ocorrências foram registradas na Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmãos no mês de fevereiro. Destas, 11 correspondem a casos de violência doméstica, conforme levantamento divulgado nesta quarta-feira (17) pela polícia.
Os casos ocorreram em Dois Irmãos (oito), Morro Reuter (dois) e Novo Hamburgo (um – a vítima é moradora de Dois Irmãos). Foram oito registros por ameaça, dois por lesão corporal e um por descumprimento de Medida Protetiva de Urgência. Das vítimas, dez solicitaram medida protetiva, as quais foram deferidas pelo Poder Judiciário. A respeito das idades, as vítimas têm entre 21 e 69 anos e os agressores entre 21 e 47 anos.
De acordo com números divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, no mês de janeiro, o Estado registrou: 3.173 ameaças, 1.892 ocorrências de lesão corporal, 178 estupros (considera-se também os dados referentes a estupro de vulnerável), 10 feminicídios e 33 tentativas de feminicídio. No mês de fevereiro, foram: 2.303 ameaças, 1.433 lesões corporais, 137 estupros, 4 feminicídios e 24 tentativas de feminicídio.
JANEIRO 2021
Ameaça: 9
Lesão corporal: 3
Vias de fato: 2
Perturbação da tranquilidade: 1
Descumprimento de Medida Protetiva de Urgência: 1
Tentativa de estupro: 1 (resultou na prisão do acusado)
TOTAL: 17 casos / 14 solicitações de Medida Protetiva de Urgência
Vítimas: com idades entre 19 e 55 anos
Agressores: com idades entre 22 e 58 anos
FEVEREIRO 2021
Ameaça: 8 (5 em Dois Irmãos, 2 em Morro Reuter e 1 em Novo Hamburgo)
Lesão corporal: 2
Descumprimento de Medida Protetiva de Urgência: 1
TOTAL: 11 casos / 10 solicitações de Medida Protetiva de Urgência
Vítimas: com idades entre 21 e 69 anos
Agressores: com idades entre 21 e 47 anos
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Coordenadoria da Mulher:
“Sabemos que tem muito mais, mas infelizmente os casos não chegam para nós”
De acordo com Ivete Rambo, da Coordenadoria da Mulher de Dois Irmãos, nos meses de janeiro e fevereiro, quatro mulheres buscaram ajuda no local. Das vítimas, duas foram encaminhadas para atendimento psicológico no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). “Sabemos que tem muito mais, mas infelizmente os casos não chegam para nós”, lamenta Ivete, destacando que muitas das vítimas não buscam ajuda por medo e agora também pela situação de pandemia. “Elas acabam sofrendo caladas”, diz ela, mencionando questões como desemprego e a existência de uma sociedade ainda machista. “As vítimas têm receio sobre o que os outros vão falar. Ainda existe o olhar de que a mulher está no relacionamento porque quer, porque gosta, mas não; de fato, é por opressão, medo, pelos filhos”, completa.
Segundo Ivete, muitas vítimas também acreditam que o relacionamento com o agressor ainda pode dar certo. “Elas vão empurrando e, quando percebem, muitas vezes já estão deprimidas, submissas, adoecendo”, completa, ressaltando que há aquelas que buscam apoio na rede de atendimento e conseguem se livrar dos relacionamentos abusivos. “Precisamos olhar para nós mesmas, nos amar, nos valorizar. Cuidar da nossa autoestima e com isso buscar ajuda nos serviços de proteção e reconhecer que precisamos viver felizes e livres”, reforça Ivete.
Com atendimento presencial retomado, a Coordenadoria da Mulher está aberta de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h30. O telefone de contato é o (51) 3564-8875.
Outros canais de denúncia
Brigada Militar: 190 / 3564-1193
Delegacia de Polícia Civil: (51) 98543-7318 (Whats) / 3564-1190