Brasil e França defendem imposto global sobre riqueza de bilionários para combater mudanças climáticas, fome e pobreza

23/04/2024
Fonte: Um Só Planeta / Foto: Getty Images

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Brasil e França defendem um imposto global de pelo menos 2% sobre a riqueza dos bilionários por ano. Os US$ 250 bilhões (aproximadamente R$ 1,3 trilhões) que poderiam ser arrecadados seriam destinados ao combate à pobreza, à fome e às mudanças climáticas.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, e Bruno Le Maire, ministro da Economia da França, levaram a proposta para as Reuniões de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que foram realizadas em Washington, nos Estados Unidos, na semana passada. “Num mundo onde as atividades econômicas são cada vez mais transnacionais, temos de encontrar formas novas e criativas de tributar estas atividades [e] assim direcionar as receitas para empreendimentos globais comuns, como acabar com a fome e a pobreza e combater as alterações climáticas”, disse Haddad.

O ministro disse ainda que deseja que o G20 emita uma declaração de apoio à proposta. Mas o ministro da Alemanha, Christian Lindner, já se mostrou contra. “Não achamos que seja adequado. Temos uma tributação de renda adequada”, afirmou.

Le Maire, por sua vez, comentou que a revisão do sistema tributário é “uma questão de eficiência e uma questão de justiça”, e que um imposto sobre os super ricos deveria seguir medidas já acordadas para um imposto digital e um imposto mínimo global sobre as sociedades. “Todo mundo tem que pagar sua parte justa de impostos”, enfatizou, acrescentando que espera que o imposto esteja em vigor até 2027.

 

Proposta deve ser apresentada no Rio de Janeiro

Segundo o portal Climate Home News, o economista francês Gabriel Zucman está elaborando uma proposta para o imposto sobre bilionários que será apresentada aos ministros das finanças e aos banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo durante reunião que será realizada em julho, no Rio de Janeiro.

Zucman observou que nem todos os países precisam concordar com uma medida para que ela seja implementada – se alguns não quiserem tributar seus multimilionários, outros poderão tributá-los mais para compensar. Mas destacou que haverá barreiras na implementação da taxa, sobretudo por parte dos que deverão pagar. “Eles [bilionários] têm um ódio particular por qualquer tipo de imposto baseado na riqueza. Por que? Porque esse é o único imposto que realmente funciona para eles.”

Ainda não está claro quem seria o responsável por gastar o valor arrecado ou em que exatamente seria utilizado. Esther Duflo, outra economista francesa que participou das reuniões nos Estados Unidos, indicou aos jornalistas que o dinheiro deveria ser dado aos países em desenvolvimento para lidarem com os impactos da emergência climática.


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