
Júri ocorre no Fórum de Dois Irmãos
Nesta quinta-feira (24), no Fórum de Dois Irmãos, ocorre o júri popular de Guilherme Paulo Paetzhold, 35 anos. Ele é acusado de atropelar e matar Maria Senia Fröhlich, 55, na noite de 1º de dezembro de 2016. O julgamento é comandado pelo juiz Miguel Carpi Nejar, com o promotor público Wilson Grezzana atuando na acusação e o advogado Nelson da Silva Silveira, na defesa. Até o fechamento desta edição, às 13h, o júri seguia em andamento.
Inicialmente, pouco depois das 9h, foram definidos os sete jurados – cinco mulheres e dois homens. O juiz Miguel Carpi Nejar abriu os trabalhos por volta das 9h40, seguindo com o interrogatório do réu. Depois, veio a manifestação do promotor, com a fala da defesa prevista para depois do intervalo do meio-dia.
Relembre o caso
Maria Senia foi atropelada por Guilherme na Av. 25 de Julho, na altura do bairro Floresta, e arrastada por 160 metros. Ele fugiu sem prestar socorro. A vítima foi socorrida por populares cerca de 20 minutos depois, e acabou falecendo na madrugada de 2 de dezembro de 2016. Guilherme foi detido pela Brigada Militar horas após o fato, na casa dos pais, no Vale Verde. Foi apresentado na Delegacia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo e autuado em flagrante por homicídio doloso, fuga do local do acidente e embriaguez, sem direito a fiança. Na época, a BM informou que ele se negou a fazer o teste do etilômetro, porém apresentava visíveis sinais de embriaguez.
O atropelamento foi registrado por câmeras de segurança de uma casa, que flagraram o momento em que o motorista arrastou a vítima e também o momento em que ele para, desce do carro e solta o braço dela, que ficou preso na parte dianteira do Sandero. Conforme o comandante da Brigada Militar à época, tenente José Francisco Antônio Maria, logo após o acidente o jovem passou cinzas de carvão nas rodas e tentou limpar as manchas de sangue que ficaram no veículo, tentando ocultar as provas do crime.
Réu nega embriaguez
Perante o júri, nesta manhã, Guilherme admitiu que atropelou e matou Maria Senia e que fugiu sem prestar socorro. Ele nega, porém, a acusação de embriaguez e de que tenha assumido o risco de matar. Disse que tomou apenas um copo de cerveja no início da noite do atropelamento e que tomava remédio para pressão alta.
– Teve o impacto, na hora olhei e não vi nada. Continuei andando e senti que algo estava errado, então parei, soltei ela, me desesperei e de covardia fui embora. Veio o pavor, deu um desespero e eu só pensava na minha esposa. Me arrependo todos os dias, destruí uma família e machuquei a minha, mas a acusação de embriaguez não cabe – afirmou.
O réu também negou que tenha lavado o carro e tirado as calotas, declarou não ter ‘lembranças claras’. Questionado pelo promotor, também disse que não tem lembrança de ter recusado o etilômetro. Depois, perguntado por seu advogado, disse que a BM não teria mostrado ou pedido o teste. Lembrou que a médica que o atendeu no Posto 24h não atestou embriaguez. Por fim, admitiu que não espera ser absolvido, mas deseja ‘uma pena justa’.
Advogado Nelson e o réu Guilheme