
Por Alan Caldas (Editor)
Registro o falecimento do meu queridíssimo amigo, Enio Klein, uma das grandes personalidades do mundo intelectual calçadista.
Enio foi o primeiro a entender e expressar a palavra “cluster calçadista”, referindo-se aos componentes todos que haviam nesta região e que proporcionavam o grande e rápido progresso da indústria sapateira no Vale do Rio dos Sinos.
Sofreu o Enio, na partida, e fico aqui pensando:
Se existe algo do “lado de lá”, imagino o Enio Klein em alvoroço se apresentando ao José Maria Carrasco Mena, ao doutor Cláudio Strassburger e ao seu Nestor de Paula. Já vejo, também, o Alceu Feijó fotografando essa turminha de amigos meus para a entrevista que o Vinicius Bossle, meu Mestre de jornalismo, está preparando para a imprensa do Céu sobre a alegre chegada do Enio naquele lado.
Alegre chegada? ...
Sim, alegre.
Alegre porque em todas as décadas em que convivi com o Enio, em que tomamos cafezinhos com bate-papos sobre história, cultura e besteiradas que nós humanos cometemos nesta tão-rápida vida, JAMAIS nos encontramos sem um aberto e felicíssimo sorriso do Enio.
E se ele sorria aqui, que é um local muito complicado para se sorrir, então é certo que vai sorrir “lá”.
Seja lá onde seja esse “lá” para onde vão os que partem daqui.
Auf Wiedersehn, meu caro
Enio. Vais fazer falta aqui.
Já sobram poucos nesse meio que dá para conversar uma conversa cabeça. Conversas sem preconceitos. Sem ideologias tolas que infectam mentes com certezas falsas. Bate-papo de almas livres. Leve. Agradável. Sem “certezas”. Bate-papo como tantas vezes alegremente nós dois tivemos desde que o Vinicius Bossle nos apresentou para uma amizade que jamais fraquejou . . .