Pontos da cidade têm recebido aplicação de inseticida (Foto: Divulgação / PMDI)
Com mais quatro na última sexta-feira (25), Dois Irmãos chegou a oito casos confirmados de dengue. Além disso, há 41 casos em análise e 41 ainda sem coleta. Em manifestação nas redes sociais da prefeitura, a secretária da Saúde, Júlia Lopes de Oliveira, afirmou que o município vive “uma epidemia grave de dengue”.
– A Secretaria da Saúde trabalha há mais de 10 anos com esse tema, através dos agentes de endemias, com o apoio dos agentes comunitários de saúde. Mas agora é o momento em que a gente precisa da colaboração de toda a comunidade no combate ao mosquito. É essencial que toda a população ajude neste trabalho. Estamos em meio a uma epidemia grave de dengue – declarou.
No vídeo divulgado pela administração municipal, o coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Fernando Goulart Timm, fala sobre o procedimento realizado quando há suspeita de contaminação.
– Em caso suspeito, a gente faz um raio de 300 metros em torno da onde a pessoa reside e trabalha – e, no caso, também de onde ela estuda, se ela estudar –, tentando encontrar focos de água parada, eliminando esses focos e dando orientação à população. O maior objetivo deste trabalho é eliminar qualquer foco de mosquito para acabar com a infestação e evitar a contaminação de mais pessoas – explica.
A confirmação da doença leva de 14 a 17 dias.
–A pessoa tem que esperar sete dias para coletar a amostra depois de aparecerem os sintomas, e mais uns sete a dez dias para o exame ficar pronto. É por isso que demora para atualizar os casos confirmados de dengue – detalha Fernando. – Os doentes devem usar repelente por pelo menos sete dias, para não estar transmitindo a doença se o mosquito picar. Os sintomas normalmente são muito parecidos a uma gripe bem forte, mas eles podem se agravar para a dengue hemorrágica, em que há perda de sangue e pode ocorrer óbito. Pode ser uma doença fata, por isso a nossa preocupação – acrescenta.
ELIMINAR ÁGUA PARADA
Desde a última semana, o município vem realizando a aplicação de inseticida para combater o mosquito-rajado (Aedes aegypti), causador da doença. Segundo Fernando, o Aedes aegypti tem hábito intradomiciliar, ou seja, vive principalmente dentro de casa. Embora a aplicação de inseticida elimine muito dos adultos que estão no ambiente externo, não os elimina totalmente nem mata as larvas que ficam escondidas em recipientes com água.
– O inseticida para controle do mosquito-rajado é específico, sendo fornecido somente pelo Estado, para ser usado apenas em casos de dengue que tenham sido confirmados pelo Laboratório Central do Estado (LACEN). A gente não pode colocar inseticida em qualquer lugar sem ter um caso confirmado. O inseticida não resolve, ele só mata mosquito que está voando, não mata mosquito que está dentro de casa e não elimina os focos de água parada – destaca.
A única maneira de controlar a epidemia de dengue é com a eliminação dos criadouros, ou seja, dos locais de água parada onde ocorrem os focos de larvas do mosquito.
– As pessoas que coletam água da chuva devem ser especialmente cuidadosas e colocar tela milimétrica (também chamada tela mosquiteiro ou tela para insetos) embaixo da tampa das caixas de água de coleta da chuva (cisternas), na saída (ladrão) e na entrada (o mosquito pode entrar pela calha). As bombonas de coleta de água devem receber a mesma tela, que deve ficar bem esticada, sem água acima da mesma e presa de preferência por uma borracha ao recipiente – orienta o coordenador.
SAIBA MAIS
Outros possíveis criatórios, como vasos e pratinhos de vasos, entulhos, lonas, pneus, piscinas não cloradas, ralos que fica permanentemente com água, também devem receber a devida atenção, conforme a Vigilância em Saúde Ambiental. Se a população não colaborar, a epidemia de dengue irá se agravar e não passará tão cedo. Dúvidas e denúncias de focos de água parada ou infestação de mosquitos podem ser tratadas pelo telefone (51) 3564-8871.