(Foto: Divulgação / Câmara)

O Kerb de São Miguel foi assunto na sessão da última segunda-feira (27), na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos. Paulino Renz (PDT) comentou que houve gente reclamando das aglomerações em alguns estabelecimentos.

– Se a lei é para um, é para todos. Um cara chegou a me dizer: se a gente fizer isso, garanto que a polícia vem aqui e manda fechar ou multa. Nos ginásios, dizem que nem banho pode tomar nos vestiários, agora tomar chope em aglomeração, com várias pessoas sem máscara, pode. Não estou dizendo que sou contra, mas se vale para um, tem que valer para todos. Os comércios estão cobrando muito – afirmou.

Darlei Kaufmann (PSB) elogiou a programação da prefeitura.

– Quero elogiar a criatividade do nosso Executivo por conseguir, com muitas restrições ainda, manter viva a chama do Kerb de São Miguel, a homenagem ao padroeiro da nossa cidade. Houve algumas críticas pesadas nas redes sociais em relação a alguns eventos, mas a nossa comunidade precisa entender que algumas restrições ainda são do Estado. Tenho certeza que, se dependesse do nosso prefeito e da nossa administração, muitas delas não existiriam mais – comentou, reforçando a necessidade de um espaço para grandes eventos no futuro.

Elony Nyland (MDB) reiterou a preocupação do colega:

– A administração municipal está preocupada com a questão das festas, tanto que o secretário Eloi (Diel, da Fazenda, que esteve na Câmara na segunda) colocou que o Executivo já está procurando uma área ampla para eventos grandes, o que engloba o Kerb e o Natal dos Anjos.

Ramon Arnold (PP) parabenizou o Poder Executivo.

– Também queria elogiar a ação do Kerb Itinerante, pois não tínhamos outra saída. Muitas pessoas realmente criticaram que deu aglomerações, mas vi uma retomada muito grande nas famílias. Andei por Dois Irmãos no final de semana e vi muitas famílias se reunindo como antigamente nos pátios e nas garagens das casas – relatou.

Mudanças necessárias

Ederson Bueno (MDB) voltou a citar um novo local para o evento.

– Essa casa já está pensando em soluções para o próximo ano. Provavelmente o Kerb não vá ser uma festa de rua, mas levada para outro local. Algumas pessoas falam no Complexo Esportivo; a prefeitura adquiriu uma área de terra atrás (do complexo) que poderia solucionar o problema de estacionamento no local – acrescentou.

Nilton Tavares (PP) também acredita em mudanças.

–Todos nós queremos uma festa mais organizada, mais civilizada, e isso passa por repensar todo o processo. Acredito que esses dois anos de pandemia serão um legado positivo neste sentido, para que quando voltarmos possamos fazer melhor – concluiu.

Igualdade social

A propósito do Kerb, Sheila da Silva (PT) entrou em outra questão importante.

– Hoje somos uma sociedade mais complexa, mais desigual, mais fragmentada e infelizmente mais injusta. Por exemplo: uma parcela grande da população ainda paga aluguel e, sem financiamento público subsidiado, provavelmente vai ter muita dificuldade para conquistar o direito da casa própria. Os nossos antepassados que chegaram aqui e enfrentaram todo tipo de adversidade tinham a perspectiva do seu pedaço de terra para construir um lar. Tenho receio que a nossa identidade, o pertencimento a nossa terra se perca, e aos poucos também se perca a essência do nosso Kerb – comentou.

Ela entende que é preciso olhar com mais atenção para a área social.

– É importante a gente continuar cultivando os nossos valores, valores de solidariedade, de compaixão e, mais do que isso: a gente precisa garantir que todos, independente da sua condição social, do seu local de moradia, da sua opção religiosa, sejam incluídos no orçamento público, porque a partir do orçamento público se evita a construção de privilégios e acesso a bens públicos em condições diferenciadas – completou a vereadora.