Fonte: G1
O crescimento de serviços de streaming de música torna cada vez mais fácil para um artista novo publicar suas faixas – e mais difícil fazer com que elas sejam ouvidas. Este é o cenário de uma pesquisa da empresa americana Alpha Data. O levantamento, publicado na nova edição da revista “Rolling Stone” nos EUA, desmente a ideia de que o “catálogo infinito” destas plataformas de música garante uma diversidade maior no consumo.
‘Bilionários’ e esquecidos
Mais de 90% das audições totais são de músicas de 1% dos artistas. A pesquisa mapeou os lançamentos nos principais serviços streaming de janeiro de 2019 a julho de 2020. Foram 1,6 milhões de artistas que lançaram faixas ouvidas 293,8 bilhões de vezes. A “desigualdade” é menor do que nas vendas de faixas e álbuns online, onde o grupo de 1% dos artistas mais populares representam 83% do total comprado no mesmo período. Na venda física ela diminui ainda mais: a "elite" de 1% vendeu 53% do total de vinis e CDs.
40 mil músicas novas todo dia
O streaming oferece assinatura para ter acesso livre a um catálogo, ao contrário do modelo tradicional de vendas de álbuns. Já são mais de 50 milhões de músicas no Spotify. Mas isso não significa que o público tenha interesse de ouvir todas elas. Comparado com as vendas, especialmente de álbuns físicos, o streaming oferece mais facilidade para os artistas lançarem suas músicas. Segundo o CEO do Spotify, Daniel Ek, mais de 40 mil músicas são adicionadas todo dia à plataforma de streaming, hoje a mais usada no mundo.
Mas o rádio é mais desigual...
Para um artista novo ou menos conhecido, fica mais dificíl ganhar atenção. O levantamento da Alpha Data indica que metade dos artistas teve menos de 100 audições nas músicas que lançaram entre 2019 e 2020. A única comparação em que o streaming tem mais diversidade é com o rádio, onde a repetição de hits é a regra e o tempo é limitado. A análise mostra que o 1% mais popular de artistas representa 99,996% das execuções de rádio.