Em tempos de pandemia, alunos são instigados a observar ambientes onde vivem

05/08/2020
Alunos da professora Sabrina, Jaíne e Alisson, devidamente protegidos com máscaras, desenvolveram a atividade sobre as ruas onde moram

Alunos da professora Sabrina, Jaíne e Alisson, devidamente protegidos com máscaras, desenvolveram a atividade sobre as ruas onde moram

Atentas ao desejo de proporcionar um futuro saudável e sustentável, escolas de Dois Irmãos seguem trabalhando a Educação Ambiental de forma interdisciplinar, mesmo que à distância. Coordenadora das iniciativas que envolvem o assunto, a professora e bióloga Ivana Soligo Collet reforça que o momento é desafiador e está exigindo ainda mais dedicação do grupo de educadores, mas destaca que os retornos estão sendo positivos. “Tivemos que nos reinventar”, diz ela, elogiando o trabalho que vem sendo desenvolvido. 
Responsável também por auxiliar os professores no desenvolvimento de ações de educação ambiental, Ivana acredita que, apesar de as atividades estarem ocorrendo de forma remota, estão proporcionando momentos de aprendizagem e reflexão aos alunos. “Talvez trabalhar educação ambiental, neste momento, esteja sendo mais fácil do que trabalhar os outros conteúdos. O aluno está sendo instigado a observar o que está acontecendo na sua casa, olhar a conta de luz, de água, se há esgoto a céu aberto, se tem alguém cortando árvores; ele está observando o ambiente em que vive”, completa, ressaltando que o momento atual reforça a importância de discutir questões ambientais. “Ambientes que estavam degradados, agora estão se recuperando”, diz ela, reafirmando que o que mais faz mal à natureza é o homem. “Talvez seja o momento de o planeta respirar, de o mundo se recompor. Estávamos vivendo um consumismo desenfreado; as pessoas não param e isso tem um impacto ambiental muito grande”, destaca Ivana. 
Além de envolver os alunos, Ivana conta que as atividades estão atingindo também as famílias. “O maior desafio, quando se fala em educação ambiental, sempre foi atingir as famílias, fazer com que as ações transcendessem as salas de aula, e isso está ocorrendo. A sala de aula está dentro das casas dos alunos; que, junto com as famílias, estão atentos a separação do lixo, adubo, hortas”, diz ela, ponderando, porém, que entre os pontos negativos está, principalmente, a perda do contato entre professor e aluno, ou entre colegas. “Se perde a socialização, a integração entre eles, a partilha de informações; não é a mesma coisa pelas plataformas digitais”, completa.


Ivana reforça importância de discutir assunto no momento atual

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Como os assuntos estão sendo abordados
Professora de Língua Portuguesa e séries iniciais na escola municipal Paulo Arandt (São João), Sabrina Dornelles trabalha há 20 anos no município e reconhece que o momento é desafiador para toda a comunidade escolar. “Está sendo um ano de muito trabalho e aprendizado”, destaca.
Buscando aproximar os assuntos da realidade dos alunos, para as séries iniciais Sabrina está propondo atividades relacionadas ao município, abordando, inicialmente, os espaços onde vivem. “Iniciamos falando sobre a rua em que moram, trabalhando a responsabilidade de cada morador em preservar um espaço que é de todos. Pedi para que mandassem foto deles com a rua. Além disso, a Ivana também mandou um áudio falando sobre as formas de preservar estes locais”, diz Sabrina, contando que as tarefas estão sendo propostas, principalmente, através do aplicativo WhatsApp, para facilitar o acesso. Também é utilizado o Google Classroom. 
Já entre as séries finais, um dos assuntos foi a estiagem, que atingiu diversas propriedades em Dois Irmãos. “A Ivana fez um vídeo ótimo, mostrando como devemos lavar a louça sem desperdiçar água”, diz Sabrina, destacando que um dos maiores desafios é propor as discussões de maneira que despertem o interesse das turmas. “Não adianta trabalhar somente com textos que indiquem o que os alunos devem fazer. Precisamos utilizar recursos que chamem a atenção deles. Vídeos no Facebook e áudios são recursos ótimos. Trabalhar assuntos atuais também é essencial”, completa, afirmando que propor atividades à distância requer muita criatividade do professor. “Não é fácil, porém aprendemos muito. Procuro usar reportagens, charges, histórias em quadrinhos que permitam a reflexão sobre os temas ambientais. Faço o possível para relacionar o que estamos estudando com a pandemia”, completa a professora. 
Mesmo diante de tantos desafios, Sabrina percebe resultados positivos. “É tudo muito novo para todos. Aos poucos, o envolvimento dos alunos e das famílias está aumentando. Grande parte dos alunos utiliza com facilidade a internet para jogar, realizar pesquisas e interagir nas redes sociais, porém as novas ferramentas, como por exemplo o Google Classroom, necessitam de um tempo maior de aprendizado. Várias famílias recebem atividades por WhatsApp”, reforça, afirmando que todos estão se esforçando para que tudo ocorra da melhor forma. “Percebo as famílias empenhadas em ajudar os filhos, buscar atividades e dar um retorno das mesmas para a escola. E nós, como escola, fazendo o possível para facilitar a vida das famílias, oferecendo várias formas de acesso”, finaliza. 


Monitores Ecológicos
Criado em 2000, o projeto Monitores Ecológicos, que ocorre nas escolas municipais no período do contraturno com alunos do 4º ao 9º ano, completaria 20 anos em 2020. Com a pandemia, ele não está ocorrendo. De acordo com Ivana, só nos últimos 10 anos, o projeto envolveu 1.800 estudantes. Em alguns anos, ele foi realizado inclusive em escolas das redes estadual e particular do município.


Professora Sabrina vem abordando assuntos que se aproximem da realidade dos estudantes. Um deles foi a estiagem

 

 


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