Fonte: Abicalçados
Depois de gerar 1,14 mil postos em julho, o setor calçadista criou outros 6,3 mil em agosto. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e apontam para uma recuperação do setor depois de quatro meses seguidos de perda de postos em função da pandemia do novo coronavírus e as restrições no mercado doméstico e internacional. Com o resultado de agosto, o setor alcança, no total, 232,4 mil postos diretos, ainda muito distante do resultado de dezembro de 2019 (269 mil postos) e uma queda de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os dados divulgados apontam que o Rio Grande do Sul, estado que mais emprega na atividade, gerou 358 postos em agosto e agora emprega um total de 90,9 mil pessoas. O segundo empregador do Brasil é o Ceará, que gerou 2,2 mil vagas no mês oito e agora emprega 55,23 mil pessoas. No terceiro posto entre empregadores aparece a Bahia, que gerou 859 postos e terminou agosto empregando um total de 29 mil pessoas.
Recuperação depende da desoneração
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, ressalta que existe um processo gradual de recuperação do setor em função da flexibilização do comércio físico em grandes centros consumidores, caso de São Paulo, que responde por mais de 40% do total de calçados consumidos no País. “O mercado doméstico absorve 85% da produção do setor, então essa retomada das atividades no varejo acaba tendo um impacto muito importante”, avalia.
Por outro lado, Ferreira pondera que a continuidade da recuperação das vagas está atrelada, diretamente, à prorrogação da desoneração na folha de pagamentos, que foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro e está em análise no Congresso Nacional. “A continuidade da desoneração para 2021 é essencial para a recuperação do setor calçadista, que responde rapidamente na geração de empregos”, ressalta o executivo.
Segundo o dirigente, caso a desoneração da folha, a qual permite que o setor substitua o pagamento de 20% sobre folha salarial por 1,5% do faturamento bruto, não prossiga para 2021, não somente a recuperação será abalada como deverão ser perdidas cerca de 15 mil vagas ao longo do ano. O departamento de Inteligência da Abicalçados calcula que a reoneração da folha aumenta em R$ 570 milhões por ano os gastos a carga tributária do setor.
Vagas no setor (saldo Caged)
Janeiro: + 6,8 mil postos
Fevereiro:+ 8,4 mil postos
Março: - 8,2 mil postos
Abril: -29,46 mil postos
Maio: -16,64 mil postos
Junho: - 5,4 mil postos
Julho: + 1,14 mil postos
Agosto: + 6,3 mil postos
No ano: -37 mil postos
Empregos diretos: 232,4 mil postos