Márcio (PT) / Ramon (PP)
Com o lançamento das pré-candidaturas de PDT e PT, o cenário eleitoral de Dois Irmãos começa a tomar forma. Na sessão da última segunda-feira (8), as manifestações da oposição e da situação deram um primeiro toque mais incisivo ao debate.
Márcio Goldschmidt (PT) citou as pré-candidaturas de Cleri Camilotti a prefeito e Miguel Schwengber a vice, lembrando que o período eleitoral que se aproxima ‘é importante para a população prestar atenção nas ideias, projetos e propostas que são colocadas’.
– Conheci o Cleri há alguns anos, e posso dizer que as pessoas vão se surpreender com esse cidadão que mora aqui em Dois Irmãos, na Rua Esteio, e já foi prefeito da cidade de Três Passos por dois mandatos. Ele voltou a morar em Dois Irmãos depois que a sua mãe faleceu, para acompanhar um pouco mais de perto a vida do seu pai, seu João. É um sujeito político por natureza, um ser muito articulado e que gosta de se envolver nas questões das cidades. Se as convenções assim determinarem ali na frente, teremos uma boa opção em outubro – afirmou ele, que está de volta ao Poder Legislativo na licença de Sheila da Silva (até 18/8).
O vereador do PT disse ainda que Dois Irmãos é uma cidade em que todos gostam de viver, mas que pode ser melhorada.
– Temos muitos problemas de questões de infraestrutura urbana, de habitação – o último grande projeto habitacional foi feito entre 2009 e 2012, e de lá pra cá nenhum projeto habitacional saiu do papel. De 2009 a 2012 foi implantado o Distrito Industrial às margens da BR-116, e depois desse período nenhuma outra empresa se instalou e gerou empregos naquela região. A última grande avenida que Dois Irmãos construiu foi em 1990, se não me engano, a Avenida Florestal. Uma coisa que os nossos pré-candidatos falam é que Dois Irmãos é uma cidade que precisa ser melhor cuidada, olhada por inteiro. E o período eleitoral é propício para fazermos esses grandes debates – declarou Márcio.
Ramon Arnold (PP) lembrou os desafios enfrentados pela atual administração.
– O clima de campanha começou, Márcio, e é legal a gente trazer essa discussão. O primeiro mandato do Jerri (Meneghetti), que é pré-candidato, iniciou com uma pandemia em que morreram milhares de pessoas no Brasil e muitas, infelizmente, sucumbiram em Dois Irmãos. Logo depois, acho que todo mundo se lembra, nosso rio ‘parou’, tivemos uma das piores secas dos últimos anos, um problema hídrico violento. Em junho do ano passado tivemos o contrário, uma inundação, um problema seríssimo na cidade, e isso de certa forma talvez tenha influenciado um pouco na evolução de algumas obras, mas mesmo assim a gente está vendo uma ponte tão sonhada saindo – comentou.
PURA PIMENTA
Paulino Renz (PL) também criticou a falta de obras na área de habitação popular, além dos problemas na saúde.
– Falaram um tempo atrás do Cleri, pré-candidato a prefeito, mas acho que não conhecem o trabalho dele. Tem que perguntar lá em Três Passos: lá tem UTI, máquina de ressonância, mamografia, ecografia... E aqui, na nossa cidade ‘de primeiro mundo’, não tem. É lamentável: eles vendem uma cidade de primeiro mundo para o povo de fora. Essa é a pior administração que Dois Irmãos já teve – alfinetou.
Elony Nyland (MDB) rebateu na sequência:
– Eu venho falando há muito tempo que é a melhor administração das últimas três décadas. Nunca se fez tanto por Dois Irmãos quanto se fez em quatro anos. Tivemos uma reunião do MDB e o próprio Juarez (Stein, vice-prefeito) disse que o prefeito Jerri fez muito mais que todas as nossas administrações juntas. Foi feito o tiro de laço que era prometido há 20 anos, se fez o asfalto até Novo Hamburgo, se fez os bloquetos até Ivoti... Nunca se fez tanto asfalto quanto se fez nos últimos quatro anos. Dois Irmãos está de parabéns! Querer falar mal de Dois Irmãos é no mínimo ter um desconhecimento – disparou.
Márcio voltou a tribuna:
– O povo gostaria que fosse ano eleitoral todo ano, porque é o momento em que as coisas acontecem aqui em Dois Irmãos, que as obras saem do papel. O que causa estranheza são algumas decisões que foram tomadas por essa administração: compraram uma área de terras no Travessão, a antiga cachaçaria Dom Braga, por R$ 4 milhões; há quase 12 anos iludiram o povo comprando uma areazinha no Bela Vista, de 0,8 hectare, por R$ 1,2 milhão. O professor Miguel comprou 2 hectares por R$ 350 mil e fez 240 apartamentos (no São João), enquanto que ali no Bela Vista não tem uma ‘meia água’, não tem um barraquinho puxado de moradia – respondeu ele.
O presidente Nilton Tavares (PP) se manifestou nas suas considerações finais.
– O vereador Márcio está fazendo bem o papel dele. Ele estava na reserva e voltou aquecido para entrar em campo, é um franco atirador. Eu entendo, é parte da democracia, a gente atira pedra aqui e acolá. Realmente tem situações que a gente pode questionar, mas se fosse tão fácil, o Partido dos Trabalhadores, quando foi governo, nos seus quatro anos poderia ter feito. Talvez não fez, talvez entregou o município numa situação tão calamitosa que demorou quase oito anos pra gente reerguer – devolveu ele.
Paulino (PL) / Elony (MDB)