Fonte: G1
O cinema cresceu no Brasil em 2019 e teve mais público e arrecadação em relação a 2018, mas filmes brasileiros perderam espectadores.
- O público geral aumentou 7,6%: foi de 160 milhões em 2018 para 172,2 milhões em 2019, mas foi o segundo menor público dos últimos cinco anos;
- O público de filmes nacionais diminuiu: de 22,9 milhões em 2018 para 22,6 milhões em 2019;
- A arrecadação aumentou 13%. A renda acumulada somou mais de R$2,7 bilhões em 2019, contra R$ 2,4 bilhões arrecadados em 2018.
- Em valores totais, o registrado em 2019 é o maior dos últimos 17 anos (período dos dados de arrecadação disponibilizados pela Ancine).
Já com os valores atualizados pela inflação de 2019, a bilheteria do ano passado se torna a quarta maior dos últimos anos, atrás de 2017, 2016 e 2015, nesta ordem. Responsável por campeões de bilheteria de anos anteriores como “Xuxa Popstar” (2000) e “Sonho de Verão” (1990), o diretor Paulo Sérgio Almeida diz que o salto em relação a 2018 está ligado a dois aspectos. Para o fundador do Filme B, empresa que analisa o mercado de cinema no Brasil, a diferença veio com o aumento do número de salas de cinema (até dezembro, a Ancine registrou 3.201) e uma safra lucrativa da Disney. Entre os filmes da empresa estão o recordista de bilheteria “Vingadores: Ultimato”, além dos bem-sucedidos “O Rei leão”, “Aladdin” e “Toy Story 4”.
Ir ao cinema ficou mais caro
Ir ao cinema ficou mais caro: o preço médio do ingresso foi de R$ 14,23 para R$ 15,02 em um ano. O aumento de 5,63% ficou acima da inflação de 2019, que foi de 4,31%. Os filmes nacionais custaram menos que os internacionais para o público: o preço médio do ingresso de filmes brasileiros foi R$ 2 mais barato que o de filmes estrangeiros.
Qual região vai mais ao cinema?
Os moradores do Distrito Federal pagaram o maior valor por ingresso: R$ 17,33 foi a média registrada. Mesmo assim, foi a unidade da federação que mais frequentou o cinema em comparação com o número de habitantes. Em seguida, ficaram Rio de Janeiro, São Paulo, Roraima e Amazonas. Estados das regiões Norte e Nordeste registraram as menores frequências em relação ao tamanho da população. No Pará, Paraíba, Bahia, Tocantins e Mato Grosso, é como se apenas 40% da população tivesse ido ao cinema uma única vez durante o ano inteiro.
Cinema nacional encolheu
Enquanto filmes estrangeiros levaram mais de 12 milhões de pessoas ao cinema do que em 2018, os filmes nacionais tiveram queda de 300 mil espectadores. Com estreia em 26 de dezembro, o filme “Minha mãe é uma peça 3” diminuiu a diferença da bilheteria nacional. Uma semana antes de sua estreia, 2019 tinha 1,1 milhão de espectadores a menos que o mesmo período de 2018.
O dado pode refletir a diminuição de 10% nos títulos em cartaz: foram 327 filmes nacionais em cartaz em 2019. Em 2018, estrearam 367 produções nacionais nos cinemas. Até junho, o Brasil ficou sem a cota de tela, que estabelece um número mínimo de dias em que filmes brasileiros devem ficar em cartaz. A medida voltará a ser adotada em 2020, com mínimo de 27,4 dias de programação nacional por cinema e, pelo menos, três filmes diferentes em cartaz.
Mesmo maior que em 2018, a bilheteria nacional representou apenas 11,5% das vendas de ingresso no país. Foi a segunda menor porcentagem dos últimos cinco anos. A participação também foi pequena no total de público: apenas 13% dos frequentadores do cinema em 2019 assistiram a uma produção nacional.
Veja os campeões de público no Brasil em 2019:
Vingadores: Ultimato – 19,2 milhões
O Rei Leão – 15,9 milhões
Coringa – 9,4 milhões
Capitã Marvel – 8,8 milhões
Toy Story 4 – 7,8 milhões
Homem-Aranha Longe de Casa – 6,4 milhões
Malévola: Dona do mal – 5,6 milhões