Fonte: AFP / GaúchaZH
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou nesta terça-feira (14) suas projeções para a economia, em meio à pandemia do coronavírus. Segundo o relatório, a economia global vai sofrer uma retração de 3% em 2020, a maior desde a Grande Depressão, em 1929. Essa crise já havia sido anunciada pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, na semana passada.
– Esta crise não se parece com nenhuma outra – declarou a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, ao destacar que, “muito provavelmente”, o mundo vai superar, com folga, a crise financeira de 2008.
Sobre o Brasil, a principal economia latino-americana, o FMI prevê uma queda de 5,3 % na atividade econômica. É mais pessimista que a análise do mercado financeiro local. No relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira (13), os analistas estimaram uma queda de 1,96% no PIB brasileiro. Na América Latina, é prevista uma contração de 5,2% neste ano. Com recuo de 6,6%, o México deve ser o país mais prejudicado.
Ainda de acordo com o FMI, a crise deve ser mais sentida nas economias desenvolvidas. Países mais ricos devem ter um recuo de 6,1%. Para a Itália, por exemplo, a estimativa é de retração de 9,1%. A Eurozona, aliás, deve ter uma crise severa, com índices de queda elevados: Espanha (-8,0%), França (-7,2%) e Alemanha (-7,0%). Os Estados Unidos, país com maior número de casos e mortes por covid-19 no mundo, deve ter resultado negativo de 5,9% neste ano. Para os países emergentes e em desenvolvimento, a previsão é de queda de 1% na economia.
China e Índia com previsões positivas
De acordo com o relatório do FMI, apenas dois países devem conseguir resultado de crescimento positivo, mesmo em meio à recessão mundial: China e Índia. Os chineses devem crescer 1,2% neste ano e 9,2% no ano que vem. A Índia deve crescer 1,9% em 2020 e 7,4% em 2021.
Retomada em 2021
Embora com previsões pessimistas, para 2021, o FMI acredita em uma recuperação. O Fundo estima um crescimento de 5,8% na economia global e 2,9% no Brasil e 3,4% na América Latina. A melhora deve ser puxada pelas economias em desenvolvimento. Para o ano que vem, o Fundo prevê que o PIB dos emergentes avance 6,6%, enquanto os países desenvolvidos devem crescer 4,5%.