(Foto: Divulgação / Câmara)
Na sessão desta segunda-feira (13), em Dois Irmãos, vereadores da oposição voltaram a cobrar atitudes mais firmes da administração municipal em relação ao funcionamento do comércio e de restaurantes. A situação, por sua vez, endereçou as críticas ao Governo do Estado.
Sérgio Fink (PDT) foi o primeiro a se manifestar na tribuna. Ele citou o caso de Farroupilha, cidade em que esteve recentemente. “Quero dar os parabéns ao prefeito de Farroupilha, que enfrentou e peitou o governador. Lá, o comércio está todo ele trabalhando com os devidos cuidados”, comentou. “Os decretos do governador acatados pela prefeitura me deixam intrigados. Aqui em Dois Irmãos, temos uma grande empresa que deve servir em seu refeitório em torno de duas mil refeições por dia. Lá, pode funcionar, mas os nossos restaurantes não podem. As lojas de roupas e sapatos não podem trabalhar, mas pets, cabeleireiros e manicures podem. Onde está o famoso distanciamento, se alguns podem e outros são discriminados?”, questionou. O pedetista também chamou atenção para o agravamento da crise econômica nos próximos meses. “A crise vai ser maior daqui pra frente, as pessoas não vão ter dinheiro para o básico, e isso vai estourar no município. A receita da prefeitura também vai cair. Não tendo atividade econômica, não tem receita. Porque o município e o Estado não produzem dinheiro; quem produz dinheiro são as empresas e o trabalhador”, observou Sérgio.
Paulo Fritzen (PSD) seguiu no mesmo tom. “Essa doença política está na hora de acabar. Dois Irmãos tem pessoas que trabalham e pessoas que não trabalham. Mercados trabalham e lancherias estão fechadas há quatro meses. Quantas pessoas entram e saem nos mercados? Por que alguns podem e outros não podem? Nós precisamos ter pulso firme e dizer ‘não’. Não precisamos escutar esse ‘governadorzinho’, pois o nosso presidente Bolsonaro está dizendo desde o primeiro dia que o povo deve trabalhar”, declarou o vereador.
‘Saia do palácio, governador!’
Paulinho Quadri (MDB) mirou no governador Eduardo Leite. “Estou muito preocupado, porque o governo do PSDB, se continuar assim, vai liquidar com as nossas empresas e a economia do Estado. No mercado e na farmácia, pode ir, mas na loja, de máscara, não pode. As mesmas pessoas que vão aos mercados e farmácias vão às lojas. Não é possível continuar assim”, disse ele. “O governador tem que sair nas ruas e ver o que os lojistas, as empresas e o povo precisam. Ele dizia que o governador Sartori tinha que tirar a bunda da cadeira, pois agora é ele que precisa sair do palácio e ver a realidade”, completou.
Elony Nyland (MDB) foi na mesma linha do colega de partido, chamando o governador de ‘cabeça dura’. “Ele precisa começar a governar o Estado, precisa sair do palácio e ir ao encontro do povo. Parece que ele está brincando no computador para ver quais são as cores de cada semana... Saia do palácio, governador! Verifique o que os municípios estão fazendo e deixe o povo trabalhar. Do jeito que está, vai quebrar o Estado e os municípios junto. Lamento por quem votou neste ‘guri’”, disparou o vereador.
‘Desça do salto, prefeita!’
No espaço de líder, Sérgio retomou a discussão. “Ivoti é bandeira vermelha, mas com protocolo de laranja, porque eles contestaram o óbito que aconteceu lá. Os dois óbitos que tivemos aqui, segundo informações, pegaram Covid-19 no hospital, pois já estavam internados há mais tempo. Quer dizer, se pegaram no hospital, não foi uma contaminação comunitária”, comentou. “Os colegas falaram muito bem de o governador sair da cadeira e ir visitar os municípios. E será que não está na hora de a nossa prefeita também fazer isso? Visitar os lojistas e os pequenos comércios, em vez de ficar fazendo lives e se preocupando com as reuniões da associação de prefeitos. Lembro que seu programa de governo dizia ‘as pessoas em primeiro lugar’, mas acabaram esquecendo as pessoas. Cobrei isso dela muitas vezes, dizendo: ‘desça do salto e volte para a realidade; não esqueça nunca da campanha: as pessoas em primeiro lugar’”, concluiu o vereador do PDT.
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O QUE DIZ A PREFEITA
Com a manutenção da bandeira vermelha, o modo de funcionamento do comércio não essencial e dos restaurantes não se altera. No fim de semana, a Associação dos Municípios do Vale do Rio dos Sinos (AMVARS), presidida pela prefeita Tânia da Silva, encaminhou um pedido de flexibilização destes serviços ao Governo do Estado. No caso de restaurantes e lancherias, a solicitação é para que possam funcionar no horário das 11h às 14h30.
– Estamos lutando muito para que os restaurantes fiquem abertos de segunda a sexta-feira no horário do meio-dia, para poder atender principalmente quem trabalha nos serviços essenciais e que atualmente pega viandas e está comendo na rua, calçada etc.; locais totalmente insalubres, que não tem como higienizar as mãos, nem álcool gel. Consideramos que os restaurantes, com os protocolos exigidos pela vigilância sanitária, são os locais mais seguros nesta situação. O que é mais insalubre: comer na rua ou sentar em um ambiente onde é possível lavar as mãos, usar máscara e ter talheres higienizados? Cabe ressaltar, de novo, que continuamos tentando a aprovação da mudança – disse Tânia, nesta terça-feira (14).