(Foto: Divulgação / Câmara)
O problema da estiagem e da falta de água esteve na pauta da Câmara de Vereadores, na última segunda-feira (13). Darlei Kaufmann (PSB) destacou que o debate é antigo, mas precisa ser reforçado.
– O histórico de cobrança desta casa mostra que grande parte dos problemas que o município vem enfrentando com a Corsan não foram resolvidos, caso da Avenida João Klauck, onde a falta de responsabilidade na troca dos canos está atrasando uma obra importante, além de outros investimentos necessários que não foram feitos. Esperamos que após o processo de privatização, o município, nem que seja por meios jurídicos, acione a Corsan ou a empresa que ganhar para que realmente faça as obras necessárias. Ou, que a gente crie, a exemplo de Ivoti, uma autarquia que nós mesmos administramos, decisão esta que possivelmente passará por esta casa – declarou o parlamentar.
Darlei lembrou um projeto apresentado pela colega Sheila da Silva (PT), sobre captação de água da chuva, e defendeu ações do próprio Poder Legislativo.
– Poderia partir desta casa o primeiro passo, quem sabe possamos criar, junto com outras medidas, um verdadeiro marco inicial em defesa da água aqui na nossa cidade. Pesquisas apontam que o Brasil desperdiça 39,2% da água potável que é captada. A conscientização da população é, sim, o primeiro passo. Com certeza faltam investimentos no setor, com muitos problemas de vazamento e de tubulações antigas – acrescentou.
Para a vereadora Sheila, a atual cultura e o modelo de gestão da água estão condenando a população a um futuro mais seco e muito perigoso.
– Com a privatização da água, será só uma questão de tempo para as pessoas sentirem no bolso a conta disso tudo. O certo é que hoje as tendências apontam para aumento de escassez de água por um lado e, por outro, aumento de custo das tarifas, mas o problema seguirá se não tomarmos alguma atitude. Minha esperança é que o projeto que eu apresentei em 2021, e que foi rejeitado pela maioria, volte para a pauta e que Dois Irmãos compreenda o mais breve possível que, incluir num projeto de construção de uma casa acima de 150m² um sistema de coleta e armazenamento de água da chuva, é uma atitude que seria muito inteligente, racional e de respeito com o outro, com o meio ambiente e com o Arroio Feitoria – afirmou ela, que pretende reapresentar o documento.
Cobranças do governo
O presidente Ederson Bueno (MDB) comentou que o governo municipal vem tratando da questão há bastante tempo.
– Em janeiro de 2021 foi feita uma reunião com a regional da Corsan, quando se cobraram várias ações, e algumas dessas ações foram entregues, como a instalação de novos reservatórios e a interligação de algumas redes em bairros, o que acabou fazendo com que diminuísse a falta de água. Foi programada a entrega de dois novos poços e apenas um foi entregue, mas segundo informações que tive do Oneide (Castro, gerente da Corsan), o outro poço, que vai ficar no Portal da Serra, deve começar essa semana ainda. Também existem outras ações que devemos cobrar, como a adutora do bairro São João – observou.
Ramon Arnold (PP) justificou sua posição a respeito do projeto da vereadora Sheila:
– Votei contra, não por conta do mérito, que acho importante, mas por conta das três premissas que são o pré, pós e durante a execução. Acho que na reapresentação do projeto a gente vai ter que pensar um pouco mais de como vamos regulamentar para aplicação nas casas, de quem vai fiscalizar, se vamos liberar alvará, habite-se etc., caso não seja concluída esta edificação conforme o projeto. Depois, também, vamos falar com o pessoal do Meio Ambiente sobre a preocupação com vetores causados por cisternas mal acondicionadas, como mosquitos, ratos e baratas. O mérito do projeto é muito importante, mas a gente deve se debruçar sobre estes pontos.