Fonte: Money Times
As vendas de Natal devem ter o primeiro aumento em dois anos e alcançar o patamar de R$ 65 bilhões, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso a expectativa se confirme, o setor terá o primeiro aumento real de vendas desde o início da pandemia, de 1,2% no faturamento, após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa.
No entanto, o setor não espera que o volume de vendas se iguale ao período de 2019, quando foi registrado um volume de R$ 67,5 bilhões. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a perspectiva positiva para este ano é resultado da normalização do fluxo de consumidores alcançada na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022. “Contribuem ainda a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação”, aponta Tadros.
Em contrapartida, o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas podem frear a expansão das vendas neste ano. A inflação deve encerrar o ano abaixo de 6,5%. São 3,5 pontos percentuais abaixo do verificado no acumulado de 12 meses em dezembro do ano passado. Por outro lado, a taxa média de juros praticados nas operações de crédito livres destinadas às pessoas físicas está no maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018, segundo o Banco Central.
Hiper e supermercados serão os beneficiados neste Natal
Segundo a CNC, os hiper e supermercados deverão gerar a maior movimentação financeira no Natal de 2022, respondendo por 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total. Em segundo lugar, estão as lojas de roupas, calçados e acessórios (33,9% do total, ou R$ 22 bilhões) e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico (12,6%, ou R$ 8,19 bilhões).
Para Fabio Bentes, economista da confederação, o destaque se justifica pela relevância do comércio de alimentos no âmbito do faturamento anual do varejo brasileiro. Além disso, o grupo dos alimentos é, historicamente, o principal responsável pela geração de receitas do setor. Já em relação ao segmento de roupas, calçados e acessórios, o impacto da data é maior. Em média, as vendas no varejo crescem 25%, na passagem de novembro para dezembro – o percentual sobe para 80% no caso da venda de roupas e acessórios.