Fonte: g1 RS
Mais de quatro meses após ser retirada do seu sítio para um processo de restauro, a estátua do Laçador foi reinaugurada nesta quinta-feira (17), em Porto Alegre. O monumento já havia voltado ao seu local, em frente ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, no dia 11 de janeiro, mas estava oculta por tapumes e andaimes, já que teve de passar por mais alguns restauros que precisavam da luz do sol para serem concluídos.
A restauração do monumento começou em 28 de setembro e custou cerca de R$ 900 mil, sendo R$ 810 mil captados através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), do governo do Estado, e R$ 90 mil da Prefeitura de Porto Alegre.
– O Laçador é um dos mais bonitos e icônicos monumentos da Capital e do Rio Grande do Sul. Ter esse cartão-postal revitalizado para os 250 anos [da cidade] é um presente para quem mora ou visita Porto Alegre. Agradeço aos parceiros que nos ajudaram no desafio de restaurar este símbolo e melhorar a cidade. Nosso próximo desafio é o Sítio do Laçador, que será reformulado para fortalecer o ponto turístico. A responsabilidade de preservar o espaço é de todos nós – disse o prefeito Sebastião Melo durante o evento.
A representação em escultura do gaúcho pilchado foi definida por lei municipal como símbolo oficial de Porto Alegre em 1992. Em 2001, a escultura foi tombada como patrimônio histórico municipal. Para se inspirar na figura humana de um gaúcho autêntico como modelo, o artista plástico Antônio Caringi contou com o tradicionalista Paixão Côrtes como modelo. O folclorista posou para o artista com trajes típicos. Esculpido em bronze, o monumento tem 4,45 metros de altura, pesa 3,8 toneladas e possui um pedestal de granito de 2,10 metros de altura.
Restauro
Há cerca de quatro anos, uma inspeção do restaurador francês Antoine Amarger e da engenheira metalúrgica Virgínia Costa identificou que a estátua do Laçador precisava de uma restauração.
Segundo Virgínia, em 2007, quando o Laçador saiu da Avenida Farrapos com a Avenida Ceará e passou a integrar o cenário da Avenida dos Estados, obreiros teriam colocado argamassa de cimento com restos de tijolos dentro do monumento até a altura da bombacha com o objetivo de tentar estabilizar a estátua, que poderia sofrer danos quando movimentada. Exposto a vento, chuva e sol, o material sofreu deteriorações ao longo dos anos e começou a se romper. A análise dos especialistas detectou trincas, fissuras e acúmulo de água em determinadas partes que poderiam acelerar a deterioração da escultura. O prazo para que isso acontecesse, caso não houvesse a restauração, era de 10 anos.
O Laçador precisou ser aberto para que todo o cimento fosse retirado. Além disso, ganhou uma estrutura interna em aço inoxidável para funcionar como uma coluna, já que, originalmente, a obra é oca. Antes de ser devolvida ao seu local de origem, a estátua ainda recebeu um tratamento com pátina química, o que deve deixar o acabamento sem cicatrizes permanentes.
O projeto de restauração foi realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), pela Associação Sul Riograndense da Construção Civil e contou com a prefeitura como co-realizadora. A revitalização teve, ainda, o patrocínio de empresas privadas e do Ministério Público do Rio Grande do Sul.