Romeo e Vicente estiveram no JDI nesta quarta
Na manhã desta quarta-feira (18), dirigentes do Sindicato das Indústrias Calçadistas e do Sindicato dos Sapateiros de Dois Irmãos estiveram na redação do JDI para falar sobre medidas de prevenção ao coronavírus. As empresas já estão adotando uma série de ações, seguindo recomendações das autoridades sanitárias. O entendimento é de que medidas mais drásticas, como uma possível paralisação, ainda não devem ocorrer.
Segundo Paulo Vicente Bender, do Sindicato das Indústrias, a preocupação é de todo o setor empresarial da cidade – o empresário Agnelo Seger, do Grupo Herval, também participou de uma reunião com autoridades locais nesta terça-feira (17). “As indústrias já estão adotando uma série de medidas preventivas, e estamos exigindo o mesmo das empresas terceirizadas”, comenta Vicente. “Se existir a desconfiança de um colaborador que possa ter uma situação de gripe, logo será encaminhado ao corpo médico da empresa para uma avaliação. Se o corpo médico achar por bem, imediatamente a pessoa será liberada por sete dias para ficar em casa. Depois, volta e passa por nova avaliação”, acrescenta. Ele entende que é hora de unir forças e conduzir a situação da melhor maneira possível. “Nossa preocupação número 1 é com o excesso de alardes. Como todo mundo está sabendo que o pico do Covid-19 está previsto entre maio e junho, não adianta queimarmos cartuchos antes do tempo. As empresas estão fazendo a sua parte”, afirma Vicente. Romeo Schneider, do Sindicato dos Sapateiros, a questão pontual é definir o momento certo de agir. “Não está descartada a possibilidade de tomar medidas drásticas, a pergunta é quando tomar. Se a indústria resolve na semana que vem dar 15 dias de férias, as pessoas retornariam lá pelo dia 10 de abril, e o foco pode estourar na segunda quinzena de abril ou de maio para junho. O que as indústrias fariam, então? Aí teria que novamente ter uma dispensa, e como resolver isso? Tem toda a questão legal também, de as empresas poderem, de uma hora para outra, dar férias coletivas”, observou Romeo.
“Temos que conduzir dentro de um equilíbrio”
A preocupação econômica também existe, principalmente no caso de possíveis paralisações. “Por exemplo: tem indústrias que não aguentariam 60 dias de paralisação, que já estão com o capital de giro estrangulado. Pequenas empresas, que fazem 400, 500, 1.000 pares por dia e que estão faturando hoje para pagar amanhã, também não aguentam. Por mais capitalizada que seja, não tem empresa que não vai sentir 60 dias parado”, observa Vicente. “Temos que conduzir a situação dentro de um equilíbrio. Não é o momento de tomarmos atitudes mais drásticas”, completa.
Para Romeo, as entidades devem monitorar a questão do coronavírus dia a dia. “Cada dia que nós ganharmos para frente, sem precisar parar, é lucro geral. As empresas em nenhum momento estão se eximindo de tomar uma atitude mais drástica, se necessário, mas é preciso saber qual será o momento de fazer isso”, conclui o dirigente sindical.
AÇÕES PREVENTIVAS
- Restringir a entrada de pessoas estranhas no ambiente da indústria.
- Monitoramento individual dos colaboradores, com medição de febre na entrada todos os dias – procedimento deve ser adotado nos próximos dias.
- Aumentar os processos de higienização: se os banheiros são limpos uma vez pela manhã e outra à tarde, agora será dobrado – duas vezes pela manhã e duas à tarde.
- Colocar nas esteiras potes de álcool gel.
- Foi criado um grupo de colaboradores, por esteira, que se revezam na limpeza de locais com possíveis contatos de mãos, como maçanetas e corrimões.
- Em relação aos ônibus de transporte, é feita uma limpeza pela manhã, antes de coletar os funcionários, e também se pede que deixem os veículos ventilados.