Tania diz que preços aumentaram bastante
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE em 17 capitais, a cesta básica mais cara foi a de Florianópolis (R$ 639,81), seguida pela de São Paulo (R$ 639,47) e Porto Alegre (R$ 632,67). Portanto, a capital gaúcha tem a terceira cesta básica mais cara do país. Entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos teve alta em todas as capitais da pesquisa, mas foi no Sul que a cesta acumulou as maiores taxas. Em Florianópolis, subiu 29,74%, em Porto Alegre, 28,37%, e em Curitiba, 27,88%.
Quando se compara o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 62,18 % do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Tania Adelia Stein, moradora de Dois Irmãos há 30 anos, conta sobre seu ponto de vista enquanto faz suas compras no supermercado Fink: “Sempre fico de olho em sexta-feira nas promoções quando elas saem no jornal, eu tento ir quando tem promoção, porque aumentou bastante os preços de tudo. Eu tenho uma conta no mercado, e todo mês atinge o valor de 1.500 reais para alimentação de apenas três pessoas”.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta em Porto Alegre ficou em 126 horas e 32 minutos. Em uma jornada normal, o trabalhador que recebe um salário mínimo trabalha pouco mais da metade de um mês apenas para conseguir pagar a alimentação básica.
Com base no valor da cesta básica da Capital, em fevereiro de 2021, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.315,07, o que corresponde a quase 5 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.