Paulino Renz (PDT)
Parece que o embate entre Paulino Renz (PDT) e o presidente Nilton Tavares (PP) será recorrente na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos em 2024. Na sessão de segunda-feira (19), houve novo debate e algumas trocas de farpas.
Paulino mais uma vez apresentou vídeos e imagens de problemas na saúde, agora da área externa da nova Emergência 24h.
– Vem aqui na casa dizer que tem que ir atrás do mosquito da dengue, mas lá na nova Emergência está esse lixão. Faz mais de 3 anos que venho cobrando para que seja arrumado, mas aí ainda vem dizer que o vereador aqui faz politicagem; isso é vergonhoso! Em vez de debater com o vereador Paulino, deviam cobrar o governo deles.
Ele também criticou a falta de garagem para ambulâncias e demais veículos da saúde.
– Quem paga esses carros é o povo, mas não estão dando a mínima para o dinheiro do povo. Lá no Postão tinha garagem, e aqui, quando fizeram a mudança, não sabiam que devia ter garagem também? Isso é politicagem? Isso é crime o que fazem! Não pensem que eu venho aqui para brigar, eu venho cobrar coisas que têm que fazer. Na semana passada, o presidente da casa queria intimidar o vereador Paulino, mas eu não vou debater sem saber a verdade. E depois de saber a verdade, ninguém vai me calar. Dizer que é crime levar uma pessoa no médico, prestar favor para uma pessoa? Isso é a maior mentira que existe. O senhor disse que eu tinha alguma coisa ‘pessoalmente’ contra o senhor: não é verdade! Eu tenho, sim, é que cobrar o que eu jurei fazer, que é defender o povo – acrescentou.
Darlei Kaufmann (PSB) concordou com Paulino:
– Eu acredito que o presidente deva reconsiderar seu posicionamento; é grave falar de crime aqui na tribuna. Quando a gente olha ao nosso redor, percebe que a grande maioria dos colegas aqui nesta casa, que a grande maioria dos vereadores e políticos neste país age da mesma forma; é um jogo, um jogo de regras propostas pelo eleitor. A culpa é nossa, é dos eleitores? Não sei, mas é o jogo, infelizmente, um círculo vicioso muito difícil de se quebrar, e que vai levar muito tempo até ser quebrado – comentou.
Ele também fez ponderações sobre a estrutura da Emergência:
– São problemas reais, que vêm se arrastando. Tem estruturas piores em municípios vizinhos, mas a nossa cidade não pode se nivelar por baixo – concluiu Darlei.
“Não precisa esse desespero pré-eleitoral”, diz Tavares
Nilton Tavares (PP) disse que “não é do meu feitio ficar batendo boca”.
– Não é para isso que eu fui eleito, mas, como estou sendo atacado... Quando falei que o senhor faz ‘politicagem’, fui no dicionário e lá diz: ‘Politicagem: política de quem tem o objetivo de satisfazer interesses pessoais, definida pela troca de favores em benefício próprio. Política reles e mesquinha, pautada em interesses pessoais’. Somos eleitos para fazer política, e o que seria política? ‘Ciência do governo dos povos, mecanismo de orientação administrativa de Estados’. O colega Darlei me surpreendeu dizendo que isso é normal, mas acho que cada um de nós aqui é eleito para defender políticas públicas – afirmou.
Por fim, declarou que pretende dar por encerrado o assunto.
– Usei uma palavra forte, de crime, e ali talvez eu tenha exacerbado. Mas, na verdade, toda pessoa que conduz pessoas, e às vezes pode estar auferindo recursos para isso, é crime. Mais ainda, é crime pontual na época de eleição. Quero dar por encerrado esse assunto. O senhor pode continuar defendendo a saúde, mas faça com mais fortalecimento; não precisa esse desespero pré-eleitoral. Não sei como você está no partido, se o partido está ou não está, mas da minha parte o senhor vai ter uma postura institucional – concluiu o presidente.